Viva o golfe – Julho de 2022

Reprodução/Internet

Como comentamos no artigo do mês passado, havia enorme expectativa para este mês de julho, que sempre abriga um dos mais importantes majors do ano o The Open. Uma vez que neste ano comemora-se o 150º Open, voltando mais uma vez ao solo sagrado do Old Course of Saint Andrews, e como escoceses e ingleses dizem ao Home of Golf. O frisson foi muito elevado, porque não foi possível seguir a tradição de que o torneio no Old Course, sempre ocorreria nos anos terminado em zero ou cinco, por causa da pandemia de covid, que paralisou os torneios de 2020. Todas as expectativas foram superadas, dentro e fora do campo de jogo. O torneio em si comentaremos mais adiante. Mas os fatores extrajogo foram memoráveis, começando pela nomeação do Jack Nicklaus como cidadão honorário de Saint Andrews. No seu discurso de agradecimento ele demonstrou uma vez mais a grandeza e a humildade que só os grandes campeões têm, desde a honra pelo título que foi alçado, como ele era agradecido ao maravilhoso povo da Escócia e ao grande jogo de golfe. Com a toga protocolar vermelha que a cerimônia de premiação tradicional exige, muito se emocionou com toda a sua família presente. Sem falar do passeio pela pequena cidade de Saint Andrews, num carro antigo conversível com a multidão aplaudindo por todas as ruas que passou. Os escoceses e o pessoal do The Open, sabem como poucos fazer uma festa para os grandes ídolos do esporte. Tradição, pompa e circunstância, no mais elevado grau foi o jantar dos campeões na véspera do torneio. Ainda fora do jogo em si, mas um momento memorável deste The Open, que emocionou o mundo do golfe, ficou por conta da chegada no buraco 18, do maior de todos os astros do golfe, Tiger Woods, que lutando contra o seu estado físico, depois de uma dezena de cirurgias, e a falta de ritmo de competição não conseguiu passar no corte. Ao passar pela mais famosa ponte do mundo do golfe a Swilcan, se adiantou aos seus parceiros de jogo e foi ovacionado pela multidão de espectadores, que o fez chegar as lagrimas. E seus acenos de agradecimentos, talvez possam representar uma despedida, mas o mundo do golfe torce para que ele possa continuar jogando. Outro ponto que deixou Tiger emocionado, foi que neste momento passava na raia ao lado dois dos seus melhores amigos no golfe o McIIroy e o Justin Thomas, que seguiam em diferença ao primeiro buraco, e pararam para aplaudi-lo junto com a multidão. Eu não poderia deixar de registrar aqui a minha decepção com nossa mídia esportiva, talvez por falta de patrocínio, nos dois primeiros dias do torneio, passaram poucas horas de transmissão. Eu graças a um amigo consegui ver mais de 22 horas de jogos nos quatro dias, ele tinha uma conexão com o canal Sportv 3 de Portugal, aliás o principal comentarista deu uma aula de como se acompanha e comenta em alto estilo um torneio desta magnitude.   

The open Championship 2022

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A vitória inconteste do australiano Cameron Smith, que no último dia fez uma volta fantástica de 64 tacadas (8 abaixo ao par), deixando para trás os dois líderes da terceira volta o norte irlandês Rory Mcllroy e o jovem norueguês Viktor Hovland, batendo o recorde do campo em 20 tacadas abaixo do par. Ele repete uma façanha que fez o grande Jack Nicklaus que ganhou na mesma temporada o The Players e o The Open. Mas a grande emoção e sensação do torneio, ficou por conta do seu parceiro de jogo o jovem americano de 25 anos Cameron Young, que no buraco 18 fez um eagle e obrigou o Cameron Smith fazer o birdie para ganhar o campeonato por uma única tacada.  Para mim o grande destaque do torneio foi ele, como um novato em majors (rookie), fez a proeza de jogar 8 abaixo do par na primeira volta, o primeiro na história de todo o torneio. E mais do que isto, ficou firme todos os dias, e no último dia demonstrou uma calma inusitada para um calouro. Eu não podia deixar de destacar um outro personagem neste 150º Open, que foi o jovem de 21 anos italiano Felippo Celli, campeão europeu amador, que jogou um brilhante cinco abaixo ao par. Ele ainda protagonizou uma história digna de registro. “Quando ele estava no 13º buraco, na volta de prática, estava no buraco cinco, que tem um green junto (duas bandeiras) nada menos que o Rory McIIroy. Quando olhando para ele e seu caddie Alberto, Rory pergunta se ele podia terminar sua volta de prática juntos. Eu virei para o meu caddie Alberto, e perguntei se ele estava falando sério. Obviamente eu disse ao Rory que ele podia. Foi um momento de muita sorte e felicidade, um sonho pois cresci assistindo vídeos do Rory e suas vitórias. Foi fantástico e inacreditável”. 

E tem gente que ainda diz que o golfe não tem emoção.

Viva o golfe!

Durval Pedroso

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