De setembro para cá estamos vivenciando algo muito peculiar no PGA Tour, o principal tour profissional do golfe mundial, em 17 torneios tivemos somente 2 jogadores ganhando dois torneios, Viktor Hovland e o Hideki Matsuyama, que são representantes de uma nova geração de craques, dois torneios vencidos por craques mais “veteranos” Rory McIlroy e o Justin Thomas, e os demais vencidos por jovens e a maioria deles na sua primeira vitória no tour. Analisando os resultados e assistindo todos estes torneios, fica claro que a tendencia já verificada na temporada anterior segue firme com relação a novos jogadores extremamente preparados e o trono deixado pelo Tiger Woods de “papa títulos” deve ficar vago por mais tempo, pois mesmo o atual número um do mundo o espanhol Jon Rham tem dificuldade de bisar as vitorias. Isto está elevando as expectativas para os grandes torneios e em especial para os “majors” desta temporada, o Masters em abril, o PGA Championship em maio, o US Open em junho e o The Open Championship, que este ano volta ao Saint Andrews Old Course. No tour feminino (LPGA), algo semelhante acontece em menor escala, mas o destaque dos últimos 30 dias fica por conta da Irlandesa Leona Maguire, que venceu neste mês de fevereiro, o torneio LPGA Drive On Championship no Crown Colony, se tornando a primeira Irlandesa a ganhar um torneio no Tour. E como ela mesma comentou “foi tremendo feito para o golfe Irlandês”. E de fato tem que ser realçado pois nunca houve uma outra jogadora irlandesa no tour feminino.
E para falar um pouco no nosso golfe profissional brasileiro, ainda continuamos numa torcida danada para o Alexandre Rocha, que não passou no corte nos últimos dois torneios do Korn Ferry Tour (tour de acesso do PGA) por apenas duas tacadas. Já em território nacional só temos a lamentar a faltar de torneios profissionais, sem o que cada dia fica mais difícil de aparecer jogadores que possam entrar no tour de acesso e quem sabe no PGA. Ficamos dependendo de jovens amadores que se destacam no College Tour Americano, como é o caso do Fred Biondi que foi vice-campeão do maior torneio amador latino-americano, e ficou a uma tacada da vitória e da possibilidade de ser o segundo brasileiro a jogar um Master. E do gaúcho Andrey Xavier, que vem apresentando uma evolução muito grande.
PGA TOUR
No fim de semana de 10 a 13 de fevereiro, tivemos mais uma vez o torneio WM Phoenix Open, no Arizona, um dos torneios mais populares do tour, especialmente em função do buraco 16, o do Stadium, que abriga sempre um grande público. E este ano teve um publico record, uma verdadeira multidão. Este público lembra bem os jogos em casa da taça Davis, onde os locais fazem muito barulho. A multidão quase foi a loucura no sábado, na terceira volta, quando a americano Sam Ryder fez uma Hole in one (vídeo anexo a matéria). Mas este torneio foi do começo ao fim sensacional, decidido no terceiro buraco do play off a favor do americano Scottie Scheffler, que ganhou o seu primeiro torneio do tour, exatamente em cima do seu compatriota Patrick Cantlay, ganhador da Fedex Cup do ano passado. Mas o mais eletrizante foi que um rookie (novato) de 24 anos de nome Sahit Teegala, de origem hindu, mas americano de nascimento, que liderou a competição nas primeiras 3 voltas e foi líder até o buraco 16, e por um desastre no buraco 17, ficou fora do play off. Mas acabou ficando em terceiro com duas feras o Brooks Koepka (ganhador de dois US Open) e o Xander Schauffele (medalha de ouro na última Olimpíada). Ao terminar o buraco foi ovacionado pela torcida.
NOSSO GOLFE DE CADA DIA
Já comentei nesta coluna diversas vezes que venho acompanhando golfe há mais de 50 anos, que além de ser um assíduo telespectador de quase todos os torneios, leio tudo que consigo sobre golfe, e ainda participar de diversos grupos jogadores no WhatsApp, muitas vezes me surpreendo com os amigos leitores da minha coluna, que trazem sempre novidades ou apontamentos sobre este esporte que tanto amamos. Este mês recebi uma definição que reputo fantástica sobre o golfe.
“Um bom golfe é um estado de espírito, um estado mental enganosamente simples, infinitamente complicado, cheios de triunfos inesperados e tacadas perfeitas que terminam em desastres. Quase uma ciência, no entanto, um quebra cabeça sem resposta. Gratificante e tentador, preciso e imprevisível. Requer plena concentração e total relaxamento. Satisfaz a alma e frusta o intelecto. Recompensador e enlouquecedor ao mesmo tempo. Sem dúvida o melhor jogo já inventado até hoje.