Seremos zumbis digitais?

Ilustrativa

Moro em Alphaville desde 1988. Minha mudança para o bairro marca o fim da era analógica e o começo da digital.

Os computadores estavam chegando ao mercado, e meu pai, que era diretor de uma fábrica sueca de máquinas de escrever em Minas Gerais, aceitou o convite para ser diretor de uma empresa de telecomunicações em Alphaville, na Grande São Paulo. Trinta e três anos se passaram e nunca estivemos tão digitalizados!

Por causa da pandemia e do isolamento social, estamos cada vez mais submersos no mundo dos algorítmos, influencers, youtubers e do Mark Zuckerberg, que pode até interditar o presidente dos Estados Unidos, cancelando suas contas nas redes sociais.

Quem diria que isso seria possível? Não podemos mais chamar este mundo de virtual. E a maior fake news de todas é que somos livres para navegar.

Imagem: Shutterstock

Estamos cada vez mais presos nas redes!
Entre 2015 e 2019, o Brasil perdeu 4,6 milhões de leitores, segundo a pesquisa Retratos da Leitura. Para onde foram esses leitores? Em 2019, 66% disseram usar o tempo navegando pela web. Durante a pandemia, o uso da internet aumentou entre 40% a 50% (dados Anatel).

Seremos zumbis digitais? Um rebanho que pasta posts, compartilha fakes e distribui likes achando que é senhor das suas vontades, quando, na verdade, é servo? Ler (muito) é a única saída. Sem leitura e livros, somos gado pastando nas redes.

Fabíola Braga é mãe, radialista, jornalista e escritora. Seu livro “Arraial do Haicai” foi selecionado pelo PNLD 2018 do MEC para distribuição em todas as escolas públicas do país.

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