O vinho para a primavera

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O Moscato é uma das uvas mais especiais da Itália e a mais exportada do mundo, principalmente para os Estados Unidos onde a versão mais apreciada é a de baixo teor alcoólico, açucarada e efervescente típica da região de Asti no Piemonte. Este vinho muitas vezes que é associado a momentos de celebração, mas injustamente sujeito ao preconceito de ser um vinho indicado apenas para quem não é grande conhecedor ou especialista. A realidade é muito diferente, sobretudo graças aos investimentos dos produtores e do Consórcio de Proteção que nos últimos anos têm apostado na qualidade e na clarificação dos estilos, distinguindo as denominações Moscato d’Asti DOCG (Doce) e Asti DOCG (Seco). 

Obs: Significado de DOCG: Denominação de Origem Controlada e Garantida.

Estamos falando de uma uva nobre e antiga que os gregos chamavam de Anathelicon Moschaton, enquanto Plínio a chamava de Apianae, porque era apreciada pelas abelhas.

Uma casta que deu origem a alguns dos vinhos mais apreciados das cortes nobres do século XVIII e que sofreu uma evolução enológica na sua vinificação que tem entre as suas etapas fundamentais a da filtração em saco holandês (em uso até aos anos 50 e retomado em tom moderno por alguns produtores contemporâneos) e o advento das autoclaves e dos mais modernos equipamentos de adega.

Estamos no reino de Moscato Bianco também denominado Moscato d’Asti ou Canelli, pertencente à grande família Moscato e que apresenta congruências ampelográficas com Moscato di Trani, Noto, Siracusa e o atual Moscatello di Montalcino (que suplantou após a filoxera o local moscatel selvagem). No exterior chama-se Moscatel menudo blanco (em Espanha), Muscat à petits beans, ou de Frontignan, ou de Lunel, ou d’Alsace (França), Gelber muskateller (Alemanha), Tamioasa (Roménia).

No entanto, não deve ser confundido com o Moscato amarelo ou mesmo com o Moscatellone branco (Salamanna, Zibibbo, Muscat d’Alexandrie, Muscat gordo blanco), embora alguns tendam a sobrepô-los.

A área de produção é a mesma e é maravilhosa. A área foi delimitada em 1932 e inclui 51 municípios localizados nos territórios das províncias de Alexandria, Asti e Cuneo. A área total de vinhas de moscato branco é de aproximadamente 9.700 hectares, e existem mais de 4.000 empresas envolvidas na produção. As colinas Langhe e Monferrato, património da UNESCO, apresentam longas cristas e encostas suaves, onde as vinhas prosperam em fileiras ordenadas, na sua maioria cuidadas à mão como antes. As cores mudam com a mudança das estações, coroadas pelos Alpes e pelas belas aldeias históricas. Visitar estes locais no outono é um êxtase da alma pela sucessão de cores dos tons amarelo, vermelho e laranja das vinhas, alternando com o azul intenso do céu límpido.

TIPOS E ESTILOS

Como mencionei, existem diferentes tipos de Asti: Asti Dolce DOCG e Moscato d’Asti DOCG são as versões mais tradicionais que realçam os aromas típicos do Moscato branco. O primeiro é um vinho espumante caracterizado por uma perlage fina e persistente, um teor alcoólico entre 7 e 9,5 graus, enquanto o segundo, tranquilo ou por vezes vivo, apresenta um teor alcoólico mais baixo, dentro dos limites de 4,5 – 6,5 graus, e muitas vezes um maior açúcar residual. Pelas diferentes pressões no interior das garrafas, o Asti Espumante é identificável do Moscato d’Asti também graças ao fecho: o primeiro tem a clássica tampa de cogumelo, enquanto o segundo tem uma tampa plana.

O Asti DOCG seco é, pelo contrário, um produto novo que, embora provenha das mesmas uvas (Moscato branco), é diferente tanto do Asti doce como do Moscato d’Asti. É transformado em vinho espumante pelo método Martinotti e, nos últimos anos, a técnica desenvolvida pelo laboratório de investigação do Consórcio de Proteção permitiu, do ponto de vista enológico, eliminar o irritante sabor amargo, característico das uvas Moscato. levado à fermentação completa.

Já está indo embora :´(
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