Não poucos psiquiatras e psicólogos fazem diagnósticos fechados e radicais por não terem estudado as armadilhas que existem no processo de construção de pensamentos. A indústria do diagnóstico pode ser um problema. O mesmo diagnóstico que pode orientar condutas do tratamento pode controlar um paciente, rotulá-lo, encarcerá-lo. Um profissional de saúde mental deve saber que jamais tocará ou sentirá minimamente a dor do pânico ou da depressão de um paciente. Se sentir, ela será sua, e não do outro, pois a comunicabilidade interpessoal se dá na esfera da virtualidade, e não através da transferência da realidade essencial. Estamos ilhados em nós mesmos. Muitos profissionais dessa nobilíssima e complexa área não entendem que conhecemos o outro sempre a partir de nós mesmos.
Pense com humildade
Aprender a nos colocar o menos possível no processo de interpretação e criticar nossos preconceitos é fundamental para nos aproximar dos outros, entender seu drama, ainda que virtualmente. Líderes espirituais, políticos, juristas, médicos cometem erros seriíssimos porque creem que o pensamento é instrumento da verdade. Julgam, decidem, condenam, orientam sem saber que sua natureza é virtual. Todos deveríamos ser treinados nas faculdades para entender as contaminações (armadilhas) ligadas à natureza do pensamento. Nossos pensamentos jamais representam o outro em sua plenitude. Pensar com humildade, reciclando nosso autoritarismo, nosso orgulho, nossa necessidade neurótica de poder, é fundamental. Guerras, genocídios, homicídios, violências, bullying não são apenas produzidos por fatores sociais, mas também porque não estudamos as emboscadas do mais complexo dos fenômenos psíquicos: o pensamento. Como podemos provar que o pensamento consciente é virtual, e não concreto? Simples. Se não fosse virtual, jamais poderíamos pensar no futuro, pois este é inexistente, nem resgatar o passado, pois a ele não se pode retornar. Na esfera da virtualidade, nossa espécie deu um salto sem precedente na construção do seu imaginário, mas devemos ter em mente que o mesmo fenômeno que nos libertou também pode produzir graves prisões, entre elas medo, ódio e dependência.
Teoria da inteligência multifocal
A Teoria da Inteligência Multifocal (TIM) estuda dezenas de áreas novas do psiquismo, como o fenômeno RAM, o fenômeno da psicoadaptação, o fenômeno do autofluxo, o fenômeno da autochecagem da memória ou gatilho da memória, as janelas da memória, os três tipos de pensamento (essencial, antidialético e dialético), o Eu como gerente dos pensamentos, o Eu como gestor da emoção, o processo de reedição das janelas killer. Por estudar sistematicamente os fenômenos conscientes e inconscientes que constroem pensamentos, a TIM é a primeira teoria a detectar a Síndrome do Circuito Fechado da Memória e a Síndrome do Pensamento Acelerado.
Até aqui, contextualizei algumas das áreas de atuação dessa teoria que desenvolvi ao longo de mais de 30 anos mas, ela tem inúmeros desdobramentos que terei o prazer de compartilhar nos próximos artigos da Viva Digital S.A
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