O que difere o empreendedorismo do “empreendedorismo feminino“?
Talvez essa pergunta já tenha passado algumas vezes na sua mente, e há quem ache a expressão até sem sentido. Mas ela carrega consigo uma mudança socioeconômica que vai muito além do empoderamento da mulher. Quer saber como?
Bom, primeiramente, de acordo com os dados do próprio SEBRAE, as mulheres donas dos próprios negócios hoje representam 48% dos microempreendedores individuais (MEI), atuando principalmente nos setores de beleza, moda e alimentação.
De dois anos para cá, a proporção de “chefes de domicílio” passou de 38% para 45%, ou seja, o empreendedorismo feminino possibilitou que muitas dessas mulheres – que antes atuavam como donas–de–casa e/ou mães – pudessem começar a prover o lar e trazer melhor condição financeira para a família.
Reflita um pouco nesses dois importantes dados. Elas representam, atualmente, quase metade dos empreendedores do Brasil e estão conquistando um espaço em casa que ainda hoje é considerado o “papel do homem”. Isso não significa apenas uma emancipação, mas também um crescimento econômico muito importante para o país, já que agrega outros empregos e movimenta a economia. São aproximadamente 30 milhões de mulheres à frente de uma empresa no Brasil, representando 48% de todos os donos de negócios do país.
Ainda de acordo com as pesquisas do SEBRAE, o local de funcionamento do negócio atinge a porcentagem de 55,4% de mulheres sediadas em casa para trabalhar.
É importante destacar que, dentre as principais motivações para empreender, estão a necessidade de ter outra fonte de renda ou para adquirir independência financeira. Isso vem muito de encontro quando falamos na busca novas formas de “dar conta” dos diversos papéis femininos que a mulher necessita lidar, tais como mãe e dona–de–casa, que, querendo ou não, são outras jornadas de trabalho não–remuneradas.
Ou seja, numa atual crise financeira, onde os salários são desiguais e há inúmeros casos de assédio e machismo dentro dos ambientes profissionais, muitas dessas mulheres buscam iniciar com seus próprios pés seus negócios em áreas que elas possam crescer. Não só para ajudar financeiramente dentro de casa, mas também para criar sua própria rotina e ter mais tempo com a família, principalmente.
Desafios do empreendedorismo feminino
Mas não pense que só porque são líderes e donas dos seus próprios negócios que a situação mudou. O tal do “empreendedorismo feminino” se faz ainda mais importante de ser apoiado e levado em consideração. Principalmente quando temos diversos dados que mostram as dificuldades de se empreender e ser mulher no Brasil.
Mais jovens que os homens, as donas de negócio têm 16% maior escolaridade que eles, mas ganham, em média, 22% a menos na mesma posição profissional.
O acesso ao crédito e linhas de financiamento é desfavorável. Nem os índices de inadimplência femininos servem para gerar uma redução de juros, pois são mais baixos que os de homens, estudos apontam que mulheres tem menos acesso que os homens.
Mesmo com esse cenário complicado, mulheres avançam cada dia mais no mercado de trabalho. Elas já lideram os setores de beleza e moda e, ao se formalizarem como MEI, garantem os benefícios que necessitam para adentrar no empreendedorismo que ainda hoje é visto como algo masculino.
Compartilho com vocês algumas dicas para uma mulher empreendedora
1. Desenvolva autoconfiança
Realizar mudanças e começar no mundo do empreendedorismo feminino pode ser estressante e gerar incertezas. Mas, é importante acreditar no seu potencial e na sua possibilidade de desenvolvimento. Nenhuma empreendedora nasce com um dom para isso. Ninguém nasce com todas as habilidades necessárias para criar um negócio.
Ou seja, acredite no seu processo e confie que você é capaz de aprender coisas novas. Além disso, não tenha medo de falhar. Isso porque é inevitável cometer erros. O processo de empreender envolve testar soluções e fazer ajustes.
2. Construa uma rede de apoio
Um elemento essencial para fazer um negócio dar certo é o networking. Por isso, busque parcerias tanto online quanto offline. Foque em empresas que atuem no mesmo nicho de mercado com você.
Além disso, é muito benéfico formar uma rede de mulheres empreendedoras para trocar experiências e apoio. Acredite, muitas pessoas estão em uma situação parecida com você. Aquele velho ditado faz muito sentido aqui: “Quem caminha sozinho chega mais rápido, mas quem vai acompanhado, chega mais longe”.
Uma dica é procurar organizações de fomento ao empreendedorismo feminino, grupos de discussão, perfis nas redes sociais sobre o seu nicho, eventos relacionados ao seu negócio, etc.
3. Atualize seus conhecimentos
Qualquer empreendedor ou empreendedora precisa estar em constante evolução. Até porque, o mercado muda rapidamente. Por isso, estude constantemente sobre a sua área de atuação.
As atividades presenciais também são uma boa ideia, principalmente para fazer networking. Participar de programas de mentoria também é uma ótima ação que te apoia a desenvolver o seu negócio com a ajuda de alguém que já tem experiência no mercado.
4. Organize o seu tempo
Muitas mulheres empreendedoras enfrentam uma jornada dupla, isto é, cuidam da casa, da família e do negócio. Isso pode ser uma grande dificuldade na hora de empreender. O ideal é dividir as tarefas domésticas e conversar com os familiares.
Também é importante definir um horário específico para o trabalho e fazer uma gestão das tarefas. Para isso, te aconselho a quebrar os seus planos em pequenos projetos e metas. Dessa forma, fica mais fácil distribuir as tarefas e definir prazos.
5. Inove
Muitos empreendedores e empreendedoras têm medo de inovar. É comum ver pessoas que querem empreender e passar muito tempo planejando o negócio. Mas, colocar as ideias em prática e testá–las e a coisa mais importante para desenvolver o empreendedorismo e inovação.
Atualmente, com a economia compartilhada, é fundamental inovar constantemente. Mesmo que a sua empresa já esteja consolidada no mercado, é fundamental rever o modelo de negócios e os processos.
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