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À medida que nos aproximamos das celebrações de fim de ano, o ritual do brinde transcende o gesto simbólico e se torna uma expressão de cultura, memória e escolha. Selecionar o vinho ideal para a ocasião não é apenas uma questão de gosto, mas de intenção. Entre espumantes icônicos, brancos gastronômicos e tintos de presença, alguns rótulos se destacam não apenas pelo sabor, mas pelo que representam: sofisticação, história e perfeição à mesa.
Tendências que definem a escolha do vinho em 2026
O comportamento do consumidor evoluiu. Hoje, observa-se uma preferência por vinhos com identidade regional forte, produção limitada e histórias autênticas de terroir. Não é mais apenas sobre pontuação ou fama — é sobre caráter.
📌 Destaques do momento:
- Crescimento expressivo dos espumantes do Método Clássico brasileiro, especialmente da Serra Gaúcha
- Busca por rótulos sustentáveis, orgânicos e biodinâmicos
- Valorização de uvas autóctones europeias, como Nebbiolo, Sangiovese, Garnacha e Alvarinho
- Interesse por vinhos de guarda que expressam elegância sobre potência
Espumantes: o brinde que inaugura a celebração
Nenhuma mesa de festa está completa sem um espumante. O protagonismo continua com o Champagne, mas os espumantes brasileiros de método tradicional vivem sua melhor fase — alguns competindo em nível internacional.
Sugestões de estilo para composições sofisticadas:
- Champagne Blanc de Blancs – ideal para começar a noite com frescor e classe.
- Espumante brasileiro Nature ou Extra Brut (Serra Gaúcha / Pinto Bandeira) – frescor impecável, acidez elegante.
- Franciacorta DOCG (Itália) – alternativa refinada e menos óbvia ao Champagne tradicional.
Brancos gastronômicos: elegância que não compete com a mesa
Para harmonizações com entradas frias, frutos do mar e pratos mais leves, os brancos ganham protagonismo discreto, mas sofisticado.
Perfis em alta para o fim de ano:
- Chablis (Bourgogne, França) – mineralidade elegante e longevidade.
- Alvarinho (Vinho Verde Superior, Portugal) – frescor aromático com finesse.
- Chenin Blanc do Loire – equilíbrio raro entre acidez e textura.
São vinhos que se destacam não pela potência, mas pela elegância silenciosa e precisão gastronômica.
Tintos de celebração: presença sem opressão
Nas festas, o tinto ideal não deve dominar a mesa — deve conversar com ela. Nesse contexto, vinhos com taninos mais delicados e textura sedosa ganham protagonismo.
Seleção estratégica para uma ceia equilibrada:
- Pinot Noir da Borgonha ou da Patagônia – elegância e sutileza pura.
- Barolo jovem (Langhe Nebbiolo) – caráter italiano com estrutura refinada.
- Garnacha de altitude (Espanha ou Rhône) – potência sem agressividade.
São rótulos que sustentam conversas longas, luz baixa e memória afetiva.
Elegância está na escolha consciente
Brindar com elegância não é sobre ostentar. É sobre saber escolher um vinho que respeite a ocasião, valorize a companhia e traduza a maturidade de quem o serve. Mais do que rótulos famosos, o que está em alta neste fim de ano são vinhos com personalidade, autenticidade e narrativa.
Em um mundo de escolhas rápidas, brindar com profundidade é o verdadeiro luxo.
Maurício Costa – Sommelier | | @workshopdevinhos