A corrida tecnológica combinada com a inteligência artificial está impulsionando uma significativa mudança no mundo. Esta é a era da quarta revolução industrial, ou Indústria 4.0, que, aos poucos, ganha espaço e relevância no Brasil.
Essas mudanças já têm começado a impactar o mundo dos negócios e, consequentemente, o mercado de trabalho. Com os processos de produção cada vez mais inteligentes e eficientes, a onda de inovação também atinge a forma de trabalhar e contratar.
A alta demanda tecnológica das empresas que fomentam a Indústria 4.0 tem criado novos cargos e profissões. Já vi muita gente acreditar que a inteligência artificial vai tomar o lugar do homem no mercado de trabalho. Na verdade, eu acredito que ela traz muitas oportunidades. As vagas continuam a existir e bons profissionais são necessários para operar e criar todas essas novas tecnologias. Só para você ter uma ideia, a publicação Talent for Survival, da empresa de serviços britânica Deloitte, revelou que a Indústria 4.0 ajudou a criar três milhões e meio de estações de trabalho no Reino Unido entre os anos de 2001 a 2015.
No Brasil, um estudo feito pelo Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem mostrou que trinta profissões vão surgir com a nova revolução industrial, ou se tornarão mais relevantes nos próximos anos. Ao todo, oito segmentos terão impacto positivo com isso, entre eles, comunicação, alimentos, construção civil e setor automotivo. Na área da comunicação, por exemplo, o levantamento destacou que novas ocupações, como a de analista de internet das coisas (IoT), terão um aumento na demanda de profissionais em cerca de 11% a 30% nos próximos dez anos.
É preciso mudar e inovar para não se tornar ultrapassado. Ter o pensamento quadrado, sempre dentro da caixinha, não dá mais. É necessário ir além, mostrar muito mais do que um diploma. Algumas grandes companhias nem priorizam mais o diploma universitário na hora da contratação. Claro que a formação acadêmica ainda é importante, mas deixou de ser fator decisivo. As gigantes da tecnologia, como Google, Apple e IBM, por exemplo, não deixaram de lado a busca pela alta qualificação, mas agora focam no conhecimento, nas experiências de trabalho e nos resultados obtidos ao longo da carreira pelo candidato. Para essas companhias, não importa se o funcionário adquiriu essa bagagem em ambiente acadêmico ou não.
As portas do mercado de trabalho da Indústria 4.0 estão abertas, independentemente de formação superior, reconhecendo-se também o talento de pessoas autodidatas. O trabalho será mais técnico, especializado e altamente qualificado. Criatividade, habilidades manuais, conhecimentos multidisciplinares, competências intelectuais e socioemocionais serão fundamentais para esse novo cenário. Todos esses aspectos são de extrema importância para se criar uma cultura de inovação dentro da empresa. A capacidade cognitiva, em que o profissional mostra conseguir reunir diferentes tipos de informações, será exigida e extremamente valorizada.
Outra lição que fica diante desse cenário é que implantar novas tecnologias não é suficiente para o crescimento e consistência do negócio. As inovações devem fazer parte de uma cultura digital. Os profissionais precisam estar capacitados e preparados para usar as novas ferramentas. Dessa forma, geram os melhores resultados e se tornam protagonistas de um processo de transformação digital.
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