Escritora que nasceu em Barueri lança obra juvenil

Em "Todas as vidas de Tati" (Editora Polifonia), Vanessa Nascimento conta a história de uma garota com uma vida aparentemente perfeita nas redes sociais, mas que não é bem assim por trás das câmeras.

Divulgação

“Em cima da penteadeira, um espelho de camarim com lâmpadas que formam as bordas. Na lateral, um ring light de chão fica no nível exato de um porta-treco cheio de lápis de olho, um porta-batom e um porta-esmalte. Tudo muito bem-organizado. O sonho de muitas meninas de 14 anos.”

(Trecho do livro)

Desde os 18 anos, a autora paulista Vanessa Nascimento (@vanascimento100) utilizava-se da contação de histórias para interessar e cativar seus alunos, porém, foi só ao passar por um quadro depressivo que ela percebeu como escrever a fazia se sentir viva. Então, decidiu escrever sobre e para meninas e mulheres inspiradoras. Assim surgiu “Todas as vidas de Tati (Editora Polifonia) , que será lançado no dia 23 de novembro, às 16h, durante a 21ª Feira Literária Internacional de Paraty, dentro da programação da Casa Gueto (Rua Benedito Telmo Coupê 277, Centro Histórico de Paraty).

O livro conta a história de Tati, uma adolescente que conheceu a fama muito nova após seu vídeo sapateando viralizar no YouTube, tendo mais de 70 milhões de visualizações. Assim, a garota passou a ter a vida de “criança famosa” e sua mãe, a musa fitness Stephanie, pôde finalmente entrar em contato com o mundo das estrelas, lugar que sempre correu atrás para estar. Porém, as pressões de tanta exposição logo começaram a pesar sobre Tati, que se viu em meio a cobranças exacerbadas sobre seu corpo e aparência, fazendo com que adoecesse e perdesse a sua alegria contagiante.

A obra perpassa temas principais como cobrança por um corpo padrão, mães narcisistas, distúrbios alimentares, rede de apoio e conexão com a natureza. “Com linguagem simples para o entendimento de adolescentes sem muito contato com a leitura, procuro colocar a leitora na situação da cena. Minha narrativa é quase um roteiro de série”, frisa a escritora.

“Escrevi esse livro para fazer as pazes com meu corpo e minha imagem, que sempre pertenceram a opiniões alheias”, frisa Vanessa, que começou a escrever em 2019, após uma separação traumática de um marido abusivo. Na época, ela pediu transferência no trabalho e se mudou de Londres para a Ilha de Malta, para recomeçar sua vida.

 Nesse período de solidão, passou por um quadro intenso de depressão e por indicação e uma amiga encontrou conforto na obra de Matt Haig, “Reasons to be alive”. “Nesse livro, o autor, que é um depressivo crônico, cita algumas estratégias que o ajudam a lidar com os pensamentos autodepreciativos. Uma delas é listar atividades que nos fazem sentir vivos. Escrever estava no topo da minha lista.

Já está indo embora :´(
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