Acho que já podemos, sem medo de errar, dizer que o golfe voltou muito mais forte depois de dois anos de pandemia, quer entre os amadores e especialmente no PGA Tour, onde o público tem comparecido em massa, e como aconteceu desde o início do mês passado no torneio WM Phoenix Open, no Arizona, vem batendo recorde de espectadores em todos os torneios. Por aqui entre nós, os golfistas voltaram a viajar no país, e destinos de golfe como a Bahia e o Ceará, já sentiram um aumento de praticantes. Há grande expectativas para calendário 2022, dos abertos dos clubes no
Estado de São Paulo, onde o Aberto do Lago Azul Golfe Clube, que se realiza nos dias 18 a 20 deste mês, há mais de um mês já tem todas as vagas preenchidas. Já as viagens de golfistas ao exterior, que já estavam sendo programadas, sofreram nos últimos dias certa paralização em função do conflito da guerra Rússia/Ucrânia, especialmente para a Europa, que esperamos que não se prolongue muito. Muitos leitores da coluna comentaram que gostariam muito de ir assistir o The Open em julho, que este ano volta a St. Andrews (Old Course). O mês de março começou muito bem com a vitória do americano Scotie Scheffler, ganhando o Arnold Palmer Invitational, no tradicional campo do Bay Hill, na Flórida, completando em menos de um mês sua segunda vitória no Tour. Outro destaque deste mês ficou por conta da nomeação ao World Golf Hall of Fame, do grande Tiger Woods. A cerimônia que contou com uma plateia mundial, teve como madrinha sua filha Sam na apresentação realizada no último dia 10. E neste mês um dos torneios mais esperado do ano o The PlayersChampionship, considerado como quinto “major”, jogado em Ponte Vedra Beach, Florida, no icônico campo do TPC Sawgrass. Quando estou entregando a matéria deste mês, ainda restam 3 grandes torneios a serem jogados no mês, o Valspar Championship em Palm Harbor na Florida, WorldGolf Champions-Dell Technologies Match Play, a ser jogado em Austin no Texas e no final do mês o Corales Puntacana Championship, na Republicana Dominicana. O Corales é um dos campos que recomendo a todos os golfistas, para jogarem pelo menos uma vez na vida.
PGA TOUR
O The Players Championship no TPC Sawgrass, não podia ter sido melhor este ano. Aconteceu de tudo, desde a paralização do primeiro dia pelas chuvas, pelos enormes ventos do dia seguinte, pela falta de luz natural do 3º dia de competição e a necessidade de se levar o final do torneio, a quarta volta, para a segunda feira última 14 de março. Quem não pode acompanhar todos os dias como eu, perdeu um torneio incrível, que exigiu muito dos melhores jogadores do mundo. Em determinados momentos, em função dos fortes ventos, obrigou os grandes jogadores usarem tacos como se fossem amadores de handicap medianos. Mas em contrapartida, quando o vento diminuiu e os greens estavam recebendo muito, esses campeões começaram a bater no campo, com um grande número de birdies e eagles. A vitória do australiano Cameron Smith, de 28 anos, vitória está de número cinco no Tour, por uma tacada quase foi traumática, quando na segunda tacada no buraco 18 de par quatro, ele foi fazer um lay up por estar com o drive debaixo das arvores, jogou a bola no lago. Com um aprouch que só os grandes campeões conseguem fazer quando estão com grande pressão, deixou a bola muito próxima do buraco, para fazer um bogey e evitar o play off com o indiano Lahiri, que jogou um torneio excepcional também. Para nós amantes do golfe, não faltaram emoção e jogadas incríveis, como eagle no buraco nove, do jovem chileno Joaquin Niemann no terceiro dia, de “chuá” com diríamos nós brasileiros. No último dia, segunda feira tivemos outras duas jogadas incríveis, dois hole in ones. Um do jovem norueguês Viktor Hovland, no buraco 8, o mais longo par três do campo e o segundo do irlandês Shane Lowry, no buraco 17, o buraco ilha mais famoso do tour. Lowry arrebatou o enorme publico presente com sua carismática comemoração. Para finalizar gostaria de registra que os três primeiros colocados, todos estrangeiros, fato nada comum no tour, faturaram juntos a bagatela de US$7,16 milhões, sendo que o ganhador o australiano Cameron Smith levou US$3,6 milhões, o segundo colocado o indiano Anirban Lahiri US$ 2,18 milhões e o terceiro colocado o inglês Paul Casey 1,38 milhões. Para ser ter uma ideia destes valores o indiano Lahiri ganhou o equivalente a 30% de tudo que ele arrecadou em 15 anos como profissional. E como diria um companheiro de golfe de longa data, de origem desértica, nada mal para 5 dias de trabalho.
DESTAQUE DO GOLFE BRASILEIRO
Gostaria de aproveitar esta nossa coluna, para cumprimentar efusivamenteao Felipe Almeida, pelo sexto ano de comando do Brasil Kids, o torneio de maior sucesso entre a garotada de todo Brasil, e ainda, de cumprimentar seus patrocinadores e os grandes clubes que apoiam esta iniciativa cedendo seus campos para que nos fins de semana os mais jovenzinhos até os juvenis possam disputar torneios muito bem-organizados. Que este projeto tenha longa vida, com o apoio de maioria dos grandes clubes brasileiros, das federações e da CBG órgão máximo do golfe nacional. Como bem disse o Felipe Almeida na entrevista dada ao Ricardo Fonseca, precisamos aumentar o número de crianças praticantes, pois trará mais pais para o campo e mais sócios para os clubes.