Estes últimos trinta dias foram muito especiais no mundo do golfe, com alguns acontecimentos extraordinários, fora do comum. Mas antes de detalhar e comentar sobre os grandes torneios e seus campeões do golfe profissional, gostaríamos de homenagear o jovem brasileiro de 22 anos, o Fred Biondi, que no último ano demos destaques em diversos artigos, pois ele no final do mês passado se tornou o primeiro latino-americano a ganhar o campeonato universitário americano. E sua façanha precisa ser realmente ser comemorada por todos nós brasileiros, como já havia acontecido com os consagrados, Tiger Woods e o Phil Milkelson, ele ganhou no mesmo ano, o individual e o por equipe, sendo que o ponto decisivo de sua equipe foi feito por ele. Com isto ele encerrou sua carreira como amador, como o sexto melhor no ranking mundial amador e o segundo no ranking do PGA University, e já engatinhou neste mês de junho, dois torneios profissionais do Korn Ferry Tour, o tour profissional de acesso ao PGA, passando em ambos pelo corte, que não é uma tarefa nada fácil. O primeiro entre os dias 8 e 11 de junho, em Greer Carolina do Sul, onde ele terminou 11 abaixo do para e ficou em 31º lugar. O segundo entre os dias 15 e 18 de junho, no Kansas Wichita Open, no estado do Kansas. Ele terminou 7 abaixo e terminando na posição 69º. Nossa torcida para que em breve possamos comemorar a primeira vitória de Fred no Korn Ferry Tour, que neste ano ainda tem mais 12 etapas. Também tivemos neste mês a volta as vitórias do profissional Alexandre Rocha, no Tour do México no Ventanas de San Miguel Golf & Resort. O Alexandre Rocha tem um dos swings de golfe mais bonitos que eu conheço, e é muito bom poder comemorar uma nova vitória sua.
PGA
Os três torneios jogados no mês, até hoje quando estou entregando a matéria, tiveram momentos incríveis e ratificam quão especial é o PGA Tour. O primeiro torneio realizado entre os dias 1 e 4 de junho, o The Memorial Tournament, realizado no em Dublin, Ohio, no famoso campo do Jack Nicklaus, Muirfield Village Golf Club, que em todos os anos, espera os vencedores no buraco 18 em companhia da sua mulher Barbara. Não tem nenhum jogador no tour que não queira ser cumprimentado pelo lendário JACK. O torneio foi vencido pelo jovem norueguês Viktor Hovland, no playoff. Mas antes disso tivemos na última volta 3 eagles, o que não é comum. Mas o engraçado foi que Rovland ficou na sede aguardando o último buraco do vice-campeão Denny McCarthy, que precisava somente de um par para ganhar o torneio. Só depois que o americano fez um boggie que levaria o torneio para o playoff, é que Viktor foi para o drive ranger para reaquecer. O primeiro buraco do playoff, bastou para Hovland assegurar a sua quinta vitória no tour. Aos 25 anos ele já chegou aos US$ 22 milhões de prêmios no tour.
No torneio seguinte, o RBC Canadian Open, jogado entre os dias 8 e 11 de junho, em Ontario Canada, foi extraordinária a vitória no playoff do canadense Nick Taylor, o primeiro canadense em 69 anos a ganhar o Open do seu país. E o desfecho começou quando Nick Taylor embocou um putter dificílimo no buraco 18 para empatar com o inglês Tommy Fleetwood e levar o jogo para o playoff. E quis o destino que no quarto buraco de playoff, novamente no buraco 18, diante de sua enorme plateia, que o Nick Taylor emboca um putter de 22 metros (72 pés), para fazer eagle e ganhar o torneio. A euforia tomou conta da multidão, que fez um veterano jogador canadense dizer, “que o Nick naquele momento deixava de ser um jogador profissional de golfe para se tornar um herói nacional”.
Mas quando eu achava que não faltava mais emoção nos torneios de golfe no PGA Tour no mês, tivemos entre os dias 15 e 18 de junho, o sempre esperado U.S. Open, desta feita no Los Angeles Country Club, em Los Angeles California. E as emoções começaram no primeiro dia, quando dois jogadores bateram o recorde do campo com 8 abaixo, o Rick Fowler, o eterno queridinho da torcida americana, que há 5 anos não ganha um torneio e o Xander Schaufflele, que vem nos últimos anos ganhando torneios como muita frequência. Chegaram no último dia, empatados com 10 abaixo, o Rick Fowler (34 anos), que fez 8 abaixo no primeiro dia, como comentado anteriormente, depois dois abaixo no segundo dia e no par no terceiro dia, e o americano Wyndham Clark (de 29 anos), que fez 6 abaixo, 3 abaixo e 1 abaixo no terceiro dia. Apesar da minha torcida pelo Ricky Fowler, percebi já no tee do buraco 1, que quem parecia o mais veterano era o Wydham Clark, pela tranquilidade que aparentava. E vejam caros leitores, se adotarmos como paradigma de comparação o número de eventos jogados por eles, Ricky tem 314 eventos contra 137 jogados pelo Clark, e como estamos falando de golfe profissional, os ganhos financeiros, que é a medida quase sempre adotada, mais uma vez Rick Fowler deveria estar mais tranquilo, pois ganhou US$46,5 milhões contra um terço deste valor para o Wydham Clark. Esta tranquilidade o levou a vitória no buraco 18, com 10 abaixo ao par, uma tacada a frente do norte irlandês Rory Mcillroy. O golfe é um esporte incrível mesmo, no caso do Wyndham Clark, depois de 5 anos no tour, onde a melhor colocação foi o 75º lugar no PGA Championship de 2021, nos últimos quatro eventos em 2023, teve duas brilhantes vitórias no Well Fargo Championship e agora no US Open, o que deve dar a ele muita força mental para o resto da temporada que termina em setembro.