Viva o golfe – Junho de 2022

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É sempre um jubilo poder escrever um artigo, após um dos grandes majors da temporada, e este aqui estou fazendo dias após o 122º US OPEN, que terminou no domingo último no The Country Club, em Brookline, no Estado de Massachussetts, que foi sensacional. Para começar teve a deliciosa presença do jovem patrício Fred Biondi, de apenas 21 anos, que escreveu seu nome na história do golfe brasileiro, ao obter sua vaga como amador na classificatória para o US Open, que contou com muitos profissionais, dentre eles o conhecido Rick Fowler que perdeu a classificação por uma tacada. Sabíamos que passar no corte no torneio seria algo pouco provável, mas formamos uma corrente tão grande entre os amantes do golfe, pois estávamos mais que orgulhosos do seu feito, estávamos tendo um prazer enorme de torcer mais uma vez por um brasileiro, como fizemos há 11 anos atras com o Alexandre Rocha, que além de passar no corte ainda conseguiu ficar em 68º lugar. Outro ponto que me surpreendeu em muito, foi receber um breve relato de um amigo não golfista, que resolveu acompanhar as duas rodadas finais, sábado e domingo, por ter sido informado que tinha um brasileiro jogando. Ele ficou desapontado por não ter visto o brasileiro, que só descobriu a ausência depois de estar assistindo mais de uma hora de jogo, mas ficou acompanhando o término da terceira volta até o fim. No domingo depois de ver e vibrar com a brilhante e dura vitória do Max Verstappen, no Grande Prêmio do Canada, zapeando os canais de esporte acabou reencontrando o canal que estava passando o US OPEN de golfe, que naquela altura tinha as três duplas finais na metade da primeira volta. Ele não demorou para perceber, mesmo não sendo um conhecedor de golfe, que a disputa estava acirrada entre 3 jogadores. E segundo suas palavras “ele estava torcendo para o baixinho inglês” só para provocar um amigo golfista que chegou em sua casa dizendo que o grandão (Scottie Scheffler), número um do mundo tinha as melhores chances de ganhar. “fiquei intrigado com a troca de posições, ora o Scheffeler assumia a ponta, depois o Zalatoris passou na frente e depois o baixinho (Fitzpatrick) de novo, que no final acabou vencendo por uma única tacada, entendi e senti que este esporte também é emocionante”, disse ele.  E ainda comentou, “que não sabia se ele iria trocar o tênis pelo golfe, mas uma certeza ele tinha, seria um telespectador assíduo dos torneios futuros do golfe profissional”. Estes dois episódios, me faz chamar a atenção que precisamos apostar nos jovens talentos brasileiros, seja no golfe ou em qualquer esporte de alto rendimento. E ainda, que a nossa pouca cultura esportiva, pode ser melhorada em muito se as grades dos canais esportivos mostrarem mais modalidades de esportes, em horário mais nobre, especialmente aqueles que podemos ter no futuro mais praticantes ou atletas de ponta. 

PGA TOUR X LIV GOLF

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Face aos acontecimentos dos últimos 30 dias, daria para escrever muitas páginas da minha coluna, seja pelos resultados torneios de mês de junho, ou especialmente pelo primeiro evento da LIV Golf, realizado em 9 de junho no Ceturion Club, perto de Londres, Inglaterra, que está criando um grande rebuliço no mundo do golfe. Pois apesar da liga LIV Golf ser comandada pelo grande jogador australiano do passado Greg Norman, o seu tour de golfe profissional é financiado pelo Public Investment Fund, o fundo soberano da Arábia Saudita. Com um volume gigantesco de recursos, o novo tour agregou muitos jogadores de ponta, entre eles Dustin Jonhson, Sergio Garcia, Martin Kaymer, Graeme McDowell, Louis Oosthuizen, Charl Schwartzel, Lee Westwood, Kevin Na, Phil Mickelson, Bryson de Chambeau, Brooks Koepka, Patrick Reed e muitos outros. Em contrapartida o comando do PGA Tour, suspendeu todos eles por tempo indeterminado como membros da PGA, não podendo jogar nenhum torneio a partir de então. Estes jogadores puderam jogar o US Open realizado entre os dias 16 e 19 deste mês, porque o torneio é organizado pela USGA (United State Golf Association) e até agora poderão jogar o The Open em julho, organizado pela R&A, porque nenhuma destas organizações criou impeditivos aos jogadores que se filiaram a LIV Golf. Do lado político o pano de fundo na mídia e o principal motivo da controvérsia é o uso do golfe como forma de melhorar a imagem do governo Saudita. Nós mais veteranos e aqueles que acompanham de perto a história nos últimos 70 anos, sabemos que as tentativas de usar o esporte como ferramenta de governos, crenças ou ideais, nunca foram bem-sucedidos. Do lado esportivo, a rivalidade entre o PGA e o LIV Golf, vai depender muito das próximas adesões, pois o que disseram alguns cronistas famosos, que a LIV Golf era “uma tentativa de colocar quantias obscenas de dinheiro para golfistas em fim de carreira e desconhecidos em geral” não é bem verdade, quando já temos adesão de nomes como o Dustin Jonhson, De Chambeau, Patrick Reed e Brooks Koepka.  Dos oitos torneios cinco serão em solo americano e o próximo será agora no final deste mês no Pumpkin Ridge Golf Club – Portland, mas nesta data não coincide com nenhum torneio da PGA, já no seguinte do final de julho que será jogado entre os dias 29 e 31 de julho, no Trump National Golf Club de Bedminster, em New Jersey vai coincidir com o torneio Rocket Mortgage Classic que será jogado de 28 a 31 de julho no Detroit Golf Club. Apesar do chefão do PGA o “comissário Jay Monahan” já indicar que serão feitas algumas alterações, inclusive com oito torneios com bolsas muito expressivas, no PGA Tour, vamos ter que aguardar os próximos eventos. Nós amantes do golfe esperamos que essas chacoalhadas tragam melhores condições para o esporte, para os jogadores e para os fãs. 

PGA TOUR

Como comentei acima o último mês foi fantástico em termos de resultados, no início de junho tivemos depois de muito tempo a volta a vitória inconteste do americano Billy Horschel, no The Memorial Tournament no Muirfield Village Golf Club em Dublin Ohio.  Depois tivemos nos dias 9 a 12 a segunda vitória na temporada 21/22 do Roy McIlroy no RBC Canadian Open realizado no St. Georges Golf and Country Club, em Toronto. Rory jogou 19 abaixo do par, para ganhar de duas tacadas do americano Tony Finau. Na semana que passou a vitória espetacular do inglês Matt Fistzpatrick, de 27 anos, conseguida no US Open realizado no campo The Country Club Brookline em Boston, entre os dias 16 e 19 do corrente. A vitória conseguida depois de uma grande alternância entre ele, o Will Zalatoris e o número do mundo da atualidade o americano Scottie Scheffler, e decidida no último buraco, onde ele Matt deu um excepcional segundo tiro saindo do cross banca colocando no green do 18 para ganhar por uma tacada dos seus adversários. E o feito torna-se histórico pois ele se junta ao grande Jack Nicklaus, como sendo os únicos dois jogadores da história a ganhar o US Open, profissional e amador, no mesmo campo. No caso de Jack ele fez esta façanha do campo do Pebble Beach.  Todas estas ocorrências e feitos, elevam em muito as expectativas para o próximo major a ser realizado no mês de julho próximo o The Open Championship que volta este ao lendário campo Old Course em Saint Andrews, na Escócia.