Viva o Golfe – dezembro de 2022

Escrevo artigos por 22 anos mensalmente, e sempre é muito prazeroso, uma vez que me obriga acompanhar de perto um número grande de torneios, bem como ler revistas e artigos sobre golfe na mídia mundial. Mas o que tem me dado um alento maior, são os feedbacks de muitos leitores e amigos do golfe, que sempre trazem uma crítica muito positiva e muitas dicas neste tempo que venho escrevendo. Alguns mandam vídeos de jogadas incríveis e outros uma serie de detalhes que me escapam ao olhar por mais dedicado que eu possa ficar. Por isto no mês de dezembro, gosto de aproveitar para agradecer a todos os leitores e especialmente a todos que me mandam seus comentários, se não melhoram a qualidade dos meus artigos, com certeza por minha culpa, certamente me fazem ter um olhar mais profundo sobre este esporte que tanto amamos.  Neste último artigo do ano, aproveito para agradecer a toda equipe da Revista Viva, que além do cuidado com a diagramação das matérias que escrevo, vem sempre contribuindo na ilustração com fotos e vídeos, sempre pertinentes ao texto escrito. E antes de comentar sobre o último torneio do PGA Tour, gostaria de desejar a todos um Feliz Natal e um excelente ano novo, desejando que a segunda parte da temporada 22/23, que começa no próximo mês de janeiro, seja muito especial. Espero também que a pendência jurídico/esportiva, do LIV Golf e os PGS Tour/ DP World tenha um final feliz para que o golfe volte a um patamar melhor. E por fim, desejar tudo de bom para o golfe brasileiro, seja amador ou profissional.

PGA Tour

Reprodução/Internet

Se o torneio do Hero World Challenge, que acontece todo dezembro, realizado de novo este ano New Providence Golf Club nas Bahamas, sempre causa um “frisson”, conhecido como o torneio do Tiger, por ser ele o seu organizador e por ser um torneio invitational com um número limitado de jogadores, este ano criou enorme expectativa com a possibilidade de o próprio Tiger estar entre seus jogadores no tee de saída. E a frustação acabou ocorrendo no início da semana do torneio, pois Tiger além das graves contusões que geraram muitas cirurgias, que todos vem acompanhando desde março de 2021, está agora também com um fascite plantar que dificulta muito seu andar. Ele Tiger soltou a frase “estou com plenas condições de bater bem na bola, mas não consigo andar”. O que um dileto amigo disse que ele tem o problema inverso, pode andar muito bem, mas não consegue fazer o mesmo com suas tacadas. Brincadeira aparte, vamos ao que melhor teve no torneio que foi o último dia. No último grupo saíram os mais prováveis campeões, o norueguês de 25 anos, Viktor Hovland, ganhador do torneio do ano passado e o norte americano Scottie Scheffler, de 26 anos e ex número um do mundo, recentemente despojado do título pelo norte irlandês Rory MacIlroy. Começou o jogo muito disputado, mas a diferença de 3 tacadas, que o Viktor trazia do terceiro dia (Moving day) a seu favor, foi reduzida a uma tacada, já no buraco seis, com um lindo eagle feito pelo Scottie. Como golfe as vezes é uma montanha russa, o Scottie fez um bogie no buraco seguinte e um double bogey no buraco 9. Deixando o Viktor com quatro tacadas a frente. Foram para a segunda volta e nos sete buracos seguintes do 10 ao 16, Scottie fez quatro birdies, já o Hovland ficou somente um abaixo. O torneio voltou a ficar emocionante, pois os líderes foram para o buraco 17 com uma diferença de duas tacadas a favor do norueguês. O buraco 17 é um par três bem desafiador, e ambos foram conservadores e fizeram o par do buraco. Foram para o buraco 18, com o Scottie tendo a honra de sair na frente, com um belo drive no meio do campo e o Hovland acabou abrindo o seu drive, ficando quase pendurado na cross banca a direita do Fairway. O primeiro a bater por estar mais longe, foi o Hovland, que tendo a bola acima dos seus pés, acabou dando uma tacada para esquerda, como ocorre muito com nós amadores, e jogou sua bola no Lago a esquerda do green. Já o Scottie, com a faca e o queijo na mão, precisando somente jogar a bola no meio do green para fazer pressão máxima no norueguês, acabou jogando na banca a direita do green.  Hovland por uma deu a quarta tacada, em função da penalidade, e colocou a bola a mais ou 10 jardas da bandeira. O Scottie, que é um grande jogador de banca acabou deixando a bola mais ou menos 6 a 7 jardas do buraco. Aí os deuses do golfe, resolveram iluminar o Viktor Hovland, que embocou seu putter para fazer um bogey e ganhar pelo segundo ano seguido o torneio (back to back), não precisando nem aguardar a tacada do Scottie.

LPGA

Reprodução/Internet

É com tremenda satisfação que comento sobre o tour feminino, especialmente com o feito da neozelandesa Lydia Ko, que no final de novembro, conseguiu o maior cheque da história do golfe profissional feminino, depois da sua vitória de ponta a ponta, no CME Group Tour Championship, levando para casa US 2 milhões. E o feito da Lydia foi muito maior, pois se tornou a Jogadora do Ano (Player of The Year), o segundo em sua carreira, ganhou o Vare Trophy e o CME Championship comentado anteriormente. E para aqueles que não estão afeitos sobre o que é o Vare Trophy, eu explico, é o prêmio dado no golfe feminino para a jogadora que conseguiu a melhor média anual considerando todos os torneios oficiais do tour. Este troféu é em homenagem a grande jogadora americana do passado Glenna Collet Vare, que dominou o golfe feminino americano nos anos 20 (1920).

Durval Pedroso