Neste último domingo, dia 28 de agosto, terminou a temporada oficial do maior tour do golfe profissional do mundo o PGA TOUR, com o torneio Tour Championship, no East Lake Golf Club, na cidade de Atlanta no Estado da Geórgia. Como vem acontecendo há anos este último torneio da temporada fica restrito aos 30 melhores jogadores do ano, na corrida de pontos da FedEx Cup. Os detalhes do torneio falaremos mais adiante, mas um fato inusitado chamou muito atenção este ano, o fato de que grandes jogadores como Dustin Johnson e Bryson De Chambou, só para citar dois grandes nomes, foram excluídos dos torneios finais do tour, por terem aderido ao tour Liv Golf, nova liga que é suportada financeiramente pelos fundos da Arábia Saudita, comandada pelo ex-jogador australiano Greg Norman. Para aqueles que não estão acompanhando de perto, destaco aqui, que a grande diferença técnica entre o PGA TOUR e o Liv Golf, é que neste último as saídas dos grupos de jogadores, é no estilo shotgun, isto é, todos saem ao mesmo tempo e de tee’s diferentes. Alguns puristas ou defensores ferrenhos das tradições do golfe, abominam está modalidade, que é muito usada nos torneios amadores, especialmente para permitir uma maior confraternização. Eu particularmente, apesar de gostar muito das tradições do golfe, não sou radical ao ponto de eliminar está modalidade de jogo. E para não ficar em cima do muro, me junto àqueles que entendem que quanto mais tours existirem no mundo, nas mais diversas modalidades e regiões, melhor para o desenvolvimento deste esporte que tão bem faz aos jovens de todas as idades. A maior definição da “briga” entre PGA TOUR e LIV GOLF, deve ocorrer nos próximos meses e já durante a nova temporada 22/23, quando os resultados desta temporada dos dois tours forem passíveis de uma boa análise, bem como, se novos grandes jogadores aderirem de peso no tour do Liv Golf. Torço para que os dirigentes de todos os tours, tenham a elevada capacidade de achar caminhos adequados para abrigar uma convivência pacífica entre eles, primando por alçar o golfe para um patamar muito maior do existente hoje. E gostaria que estes dirigentes dessem também atenção maior ao golfe feminino, que tem apresentado uma grande evolução técnica e que precisa muito mais apoio mundialmente.
PGA TOUR E A FINAL DA TEMPORADA 21/22
Voltamos finalmente ao East Lake Golf Club, como comentado acima, para a grande final da FedEx Cup da temporada 21/22, com os 29 melhores jogadores no ano, uma vez que o Will Zalatoris, que teve uma temporada fantástica desistiu em função de ter se machucado no torneio anterior. Este ano trouxe como novidade uma evolução grande na premiação, onde o campeão leva US$ 18 milhões e o último colocado US$ 500 mil. Com a vantagem de iniciar com 10 abaixo ao par, o americano Scottie Scheffler o número um do mundo na atualidade, não decepcionou no primeiro dia jogando cinco abaixo e mantendo 5 tacadas de vantagem ao segundo colocado o também americano Xander Schauffele. No segundo dia mesmo jogando bem o Scottie, quatro abaixo ao par, teve sua vantagem reduzida para duas tacadas, pois o Xander Schauffele jogou sete abaixo, com tranquilo eagle no buraco 18 de dar inveja pela facilidade que ele fez. Quem também jogou uma partida primorosa na segunda volta foi o espanhol Jon Rahm, com também sete abaixo ao par, ficando há seis tacadas do líder. No famoso moving day, a terceira volta, tivemos mais uma vez o Scottie Scheffler, chegando aos 23 abaixo, e deixando a há 6 tacadas o Rory McIlroy (jogou sete abaixo no sábado) e o seu parceiro de grupo Xander Schauffele. Mas isto só aconteceu no domingo de manhã, quando o último grupo teve que jogar 6 buracos, em função da interrupção pelas chuvas do sábado à tarde. E o golfe este jogo extraordinário, que se sempre nos trás surpresas incríveis, quando todos nós veteranos achávamos que o Scottie Scheffler ia na parte da tarde da última volta entrar em velocidade cruzeiro e só administrar a vantagem de 6 tacadas, parece ter perdido a concentração e a confiança no seu jogo, e acabou perdendo o torneio e a Fedex Cup, por uma tacada para o Rory McIlroy, que tirou sete tacadas do líder, com este feito Rory ganha sua terceira Fedex, venceu em 2016, 2019 e 2022, superando o grande Tiger Woods, que tem somente duas Fedex. O Scheffler acabou dividindo o segundo lugar com o sul coreano Sungjae Im que também teve um grande torneio, terminando 20 abaixo do par. Ele Scheffler ficou muito triste de ter perdido o torneio e a Fedex, mas ainda levou US 5,75 milhões.
DESTAQUES DO GOLFE BRASILEIR0
Não podíamos encerrar esta edição da revista, sem cumprimentar efusivamente dois brasileiros, o profissional Adilson Silva, gaúcho radicado do golfe da África do Sul, que ganhou neste último fim de semana de agosto, o torneio do Legends Tour, com 18 abaixo do par, realizado no Farmby Golf Club, em Liverpool na Inglaterra. Vejam no vídeo anexo a última tacada do Adilson no torneio. E o outro brasileiro a ser cumprimentado é o Douglas Black, o Doug, que venceu o campeonato mundial amador sênior na categoria scratch, com seis tacadas abaixo o par. O torneio foi realizado em Napa Valley, na California e teve como curiosidade, o segundo lugar ter ficado com o ex-campeão mundial de formula um, Nigel Mansell, que como o nosso Doug é um excelente jogador de golfe.