Viva o Golfe – Abril de 2023

O mês de abril, apesar de abrigar alguns bons torneios no mundo do golfe, é tradicionalmente conhecido como o mês do Master, que junto com o The Open, jogado normalmente em julho, formam os dois mais importantes e charmosos torneios que são vistos por milhões de espectadores em todos os cinco continentes. E o Master este ano, como sempre manteve sua tradição de prestigiar os ex-campeões em todos os seus cerimoniais e no torneio em si, quebrando um pouco a briga do PGA Tour com o pessoal do Liv Golf. Todos os grandes jogadores do Liv Golf participaram do Master 2023 e três deles ficaram entre os 10 primeiros colocados no torneio. Com isto o Master colocou o golfe acima das disputas comerciais e de poder entre os dois mais famosos Tours. Este posicionamento foi aplaudido pelo mundo inteiro, cujos aficionados acompanham todo o torneio e as suas diversas atividades, que teve momentos incríveis que comentaremos abaixo. No Brasil tivemos o JHSF Aberto do Brasil, que terminou do dia 02 de abril, no bonito campo da Fazenda Boa Vista, na cidade de Porto Feliz em São Paulo. O torneio foi vencido pelo neozelandês Charlie Hillier, que liderou de ponta a ponta, terminando com 19 abaixo ao par.  E os melhores brasileiros foram o Rafa Becker, Felipe Navarro, Rodrigo Lee e o Axel Balestre.  Rafa na última volta, além de aniversariante do dia fez um hole in one no buraco 2, de 170 jardas, jogando 5 abaixo ao par para terminar em 14º lugar no torneio com 9 abaixo o par. O mesmo resultado que fizeram o Felipe Navarro e o Rodrigo Lee.  O golfe brasileiro também começou o mês com uma notícia auspiciosa, que foi o fato do nosso jovem Fred Biondi, aparecer na terceira posição no PGA TOUR UNIVERSITY RANKING, que mostra o seu altíssimo nível atual. Além da nossa enorme torcida, Fred é o hoje uma forte promessa que em breve teremos um jogador de ponta no PGA Tour. 

PGA Tour 

Reprodução/Internet

O mês de abril tem quatro torneios, o Master que comentaremos em seguida, foi seguido pelo RBC Heritage, que acabou no dia 16, que é jogado no interessante campo do Habour Town Golf Links, na Hilton Head Island, na Carolina do Sul. Vencido de forma espetacular pelo inglês Matt Fitzpatrick no terceiro buraco de playoff contra o defend Champion Jordan Spieth.  Teremos ainda o Zurich Classic of New Orleans, um dos poucos torneios que se joga em dupla, que será realizado entre 20 e 23 de abril, e deverá contar com a dupla campeã do ano passado Patrick Cantlay e Xander Schaufelle defendendo o título e o mês termina com o Mexico Open em Vallarta, que deverá contar com o campeão do Master 2023, Jon Rham, o defend Champion.    

PGA TOUR / THE MASTER 2023

Reprodução/Internet

Comentar sobre o torneio mais visto em todo mundo, sem ser muito repetitivo é uma tarefa muito difícil, por isto aqui vou chamar a atenção para aquilo que achei mais interessante nos 4 dias de torneio, começando pelas chuvas do segundo dia que interrompeu o jogo e obrigou uma quantidade grande jogadores (aqueles que passaram no corte) a jogarem quase 36 buracos num único dia. Sem falar que nós aficionados, ficamos na frente da televisão por pelo menos 8 horas, com intervalo de 2 duas horas, para assistir ao famoso moving day que é realizado nos sábados a tarde. Para começar tivemos a passagem no corte de dois ícones, os americanos Fred Couples e Tiger Woods, Fred se tornou o mais velho jogador a passar o corte do Master na história, com 63 anos, seis meses e cinco dias. E Tiger passou pela 23ª vez consecutiva no corte, igualando-se agora com o Fred Couples e com o sul africano Gary Player como os recordistas. E a nota triste para a grande torcida foi o fato de Tiger ter desistido de jogar o terceiro dia de competição, em função das enormes dores que a fascite plantar impingiu a ele no torneio. Ele terminou visivelmente se arrastando na volta de classificação para o corte. Outros dois destaques opostos, foi o surpreendente empate na segunda colocação do torneio do americano Phil Mickelson aos 52 anos de idade, que terminou 8 abaixo ao par a 4 tacadas do ganhador. E o jovem amador americano de 22 anos Sam Bennett que passou no corte com 8 abaixo, repetido no segundo dia os mesmos 4 abaixo do primeiro dia. Ele se tornou o primeiro amador desde 1956 no Master a não fazer um único bogey na primeira volta e se tornou o terceiro jogador amador da história a jogar múltiplas voltas no 60´s. Mesmo terminando em 17º lugar no torneio, mereceu ser ovacionado na sua chegada ao buraco 18, pois o publico presenciou os quatro dias de um golfe excepcional e um amadurecimento que só vem depois de muito tempo entre os profissionais. Mas como o golfe é sempre surpreendente, e neste ano não faltou emoção no Master, não só pelas chuvas do segundo dia, mas porque o campeão Jon Rham, começou o primeiro o torneio no buraco um com double bogey, depois de dar quatro putters, um desastre incomum até entre os bons amadores.  Rham viu o americano Brooks Koepka liderar o torneio nos primeiros 54 buracos e sair na última volta com duas tacadas na frente. No final Rham tirou 6 tacadas do vice-campeão, para ganhar com 4 na frente, e terminar com 12 abaixo. Jon Rham que voltou a ser o número 1 do mundo hoje, tem no seu currículo, 11 vitórias no PGA Tour, 8 vitórias internacionais, 2 majors (US Open 2021 e o Master 2023).