Viva fevereiro de 2023

Toda vez que me sento para escrever minha coluna mensal, fico pensando como este maravilhoso esporte tem me ajudado a entender muitas coisas, seja no esporte ou na vida. E acompanhando os maiores torneios do golfe mundial, toda semana, fica muito claro que o golfe ensina a todos que o sucesso e o fracasso são quase sempre passageiros e especialmente que o sucesso é muito mais. Por isto recomendo aos meus leitores assistirem a série da Netflix, Full Swing, em português Dias de Golfe, que mostra os bastidores, a luta e as dificuldades encontradas pelos grandes astros do PGA Tour. Não vou ficar dando spoilers, pois a série merece ser vista por todos, sejam profissionais, jogadores de fim de semana, por iniciantes e por aqueles que não praticam o golfe, mas são aficionados por competição independente do esporte que se está assistindo. Eu chamo atenção ao leitor de nome Celso, que me disse tempo atrás que lendo meus artigos ele começou assistir os grandes torneios (majors) e passou a ficar um fã condicional do Tiger Woods, do Phil Mickelson e de outros jogadores pela habilidade e pela garra que jogam. Ele Celso e muitos que nunca praticaram o golfe até hoje, vão poder sentir muito mais a qualidade deste pessoal, ao assistir esta série. E antes de começar comentar alguns dos torneios deste mês de fevereiro, gostaria novamente ressaltar e cumprimentar o nosso melhor amador o Fred Biondi que neste mês assumiu a liderança do ranking amador latino americano. 

PGA Tour / WM PHOENIX OPEN

Reprodução/Internet

O mês de fevereiro, abriga um dos torneios mais esperado fora dos majors anualmente, o WM Phoenix Open, realizado no Arizona, no TPC Scottsdale (Stadium Course), realizado entre os dias 9 e 12. Este ano a média de publico só no Stadium, buraco 16, de par três, superou os 15.000 espectadores por dia. E como era esperado no terceiro dia de torneio, o famoso Moving day, havia mais de 17.000 pessoas acompanhando. Na sexta feira, segundo dia do torneio tivemos uma grande surpresa quando um espectador invadiu o buraco 16 em trajes de banho, levando a eletrizante torcida ao frenesi. No ano passado, acho que muito dos leitores irão lembrar, tivemos a maior chuva de cerveja que se tem notícia, quando o americano Sam Ryder fez um hole in one neste buraco. Mas deixando de lado, o extra golfe, neste mesmo buraco o Scottie Schefller, vencedor do torneio, teve a sua decisiva virada (turning point), demonstrando mais uma vez o que os grandes vencedores fazem nos momentos mais difíceis. Os dois jogadores do grupo, que lideravam o torneio, ele Scottie e o canadense Nick Taylor, que a esta altura estava somente uma tacada atrás, não acertaram o green de par três. O Scottie que estava mais longe e em pior situação deu sua segunda tacada e deixou a bola mais que dobro da distância do seu oponente, que estava a menos de duas jardas do buraco. Seguindo a regra, o jogador que estava mais longe o Scottie, jogou primeiro e embocou um putter muito difícil, deixando uma enorme pressão em cima do canadense que errou seu putter. Foram para o buraco 17 com o Scottie liderando por duas tacadas, e aí como diz a lenda os deuses do golfe não perdoam, mesmo batendo um excelente putter para birdie, a bola do Nick Taylor deu um giro de 360º graus, e saiu na borda que entrou. Com isto o Scottie Schefller ganhou o seu 6º torneio no tour, e voltou a ser o número 1 do mundo. 

PGA TOUR / THE GENESIS INVITATIONAL 

Reprodução/Internet

Ainda neste mês tivemos o The Genesis Invitational, nos dias 16 a 19, no Riviera Country Club, em Pacific Palisades na Califórnia. Um torneio sempre muito concorrido também e este ano com uma bolsa de 20 milhões de dólares e o campeão levando para casa nada menos que US$3,6 milhões. Além de ser um dos melhores campo que os jogadores irão jogar neste ano, tivemos este ano a participação do lendário Tiger Woods, que depois de tantas cirurgias, voltou a campo carregando uma extraordinária legião de fãs, que de queda passou no corte. Muita gente comentou que os líderes do torneio na terceira volta (o Moving day) o espanhol Jon Rham e o americano Max Homa, só tiveram mais publico os acompanhando depois que o Tiger terminou seu jogo. Tiger fez a melhor volta desde o seu retorno jogando 4 abaixo ao par, melhor terceiro resultado do dia. Se isto dá certo alento aos fãs, quanto a sua capacidade de fazer novamente grandes feitos, no último dia o seu estado físico mostrava um enorme cansaço, tirando-o muitas vezes a concentração. A última volta começou com Rham, levando vantagem de 3 tacadas sobre o Homa, que conseguiu tirar a diferença no buraco 10, o que deixou no publico uma sensação que a guerra iria ficar muito forte nos últimos 8 buracos do torneio. Mas não foi o que aconteceu, Jon Rahm venceu o torneio por duas tacadas, para voltar a ser o numero 1 do mundo, desbancando o Scottie Schefller que na semana anterior tinha alcançado este posto ao vencer WM Phoenix Open. Rahm que ganhou entre janeiro e fevereiro (ainda falta um torneio a ser jogado no mês) três torneios, passou também a liderar a corrida pela Fedex Cup, que tem muito ainda pontos a serem conquistados pela frente, especialmente no majors que ainda não foram jogados.  

UM ENSINAMENTO DO GOLFE

Os melhores jogadores sempre tem as maiores chances de vencer e os demais tem as melhores chances de melhorar o seu jogo. Aproveite sempre!