A crise brasileira não me parece ser estrutural, e sim conjuntural. Temos todos os ingredientes básicos para o sucesso , no entanto, não conseguimos fazer as coisas ocorrerem no trivial do dia a dia. A verdade é que não somos um povo de segunda categoria, nem atávicos vagabundos, nem desprovidos de bom-senso.
O que parece estar nos faltando é um pacto ético, no qual todas as pessoas se comprometessem a ser menos “espertas” e mais honestas e verdadeiras. Esse pacto ético incluiria coisas muito simples a que todo o povo brasileiro poderia se obrigar a fazer, tais como: cumprir a palavra; cumprir os horários e prazos; não mentir; ser honesto em todos os aspectos; jogar o lixo no lixo, devolver o que foi emprestado; respeitar as outras pessoas; dizer “com licença”, “por favor” e “obrigado(a)”; cumprir com suas obrigações sem dar desculpas e por aí vai.
Parar de “levar vantagem em tudo”, de prometer o que não se poderá cumprir é uma exigência que o Brasil como um todo está sentindo. Vivemos uma crise ética. Não se acredita mais em ninguém e em nada. Daí o desejo de ir embora do País, de emigrar. Seria tão simples se todos nós brasileiros, em nosso próprio benefício, decidíssemos mudar.
O encanador vai até sua casa consertar um vazamento e o cano continua vazando. Fingiu que consertou… O mecânico ?ca dois dias com o seu carro e tudo continua como antes… ?ngiu que arrumou… A faxineira passa o dia na sua casa e apenas ?nge que limpou.
Hoje tudo está sendo justi?cado pelas “condições de trabalho”. O professor não ensina, porque não tem “condições de trabalho”, ganha pouco, etc. O encanador não conserta o cano, porque os “materiais não prestam”; a faxineira não limpa sua casa, porque é oprimida e ganha pouco. Assim justi?camos tudo por causa das chamadas “estruturas arcaicas” e ninguém cumpre nada totalmente.
Confesso que não sei como poderíamos chegar a um pacto ético, mas tenho a certeza de que ele poderia resolver boa parte de nossos problemas cotidianos.
Muitos dirão que o pacto ético deveria começar dos governos, dos políticos. Também acredito. Mas esperar que venha deles signi?ca se autoenganar. Todos sabemos que os governantes são os principais responsáveis pelo estado de ânimo e das coisas que estão a ocorrer. Porém, se o povo, se nós, não assumirmos uma postura de mudança, independentemente dos governos, vamos outra vez ?ngir e acreditar na mentira.
Imagino que pudéssemos lançar uma campanha nacional pelo pacto ético. Pessoas dispostas a começar a mudar usariam os dizeres “Participo do pacto ético” e isso representaria que aquela pessoa estaria comprometida em cumprir a palavra, em não mentir, em não trapacear. Lojas poderiam ter adesivos do Pacto ético e isso signi?caria que elas cumpririam prazos de entrega e reais garantias aos produtos que vendessem.
O momento pós-eleição parece ser oportuno para esse movimento nacional pela ética, individual e coletiva, que poderá nos salvar da esperteza perde-perde em que estamos todos metidos. Pense nisso. Sucesso!
DICA DO MÊS
Errar não só é humano como necessário! O crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem se fazem muito mais por meio de análise de nossos erros do que pelo louvor de nossos acertos. É preciso ter a coragem de errar. Faça uma autoanálise de seu comportamento com relação ao medo de errar, de agir. Lembre-se: só não erra quem não faz!
Título: Só Não Erra Quem Não Faz
Autor: Luis Marins
Editora: Integrare
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