
Reprodução/Internet
Cada vez mais, mulheres estão empreendendo com uma motivação que vai além do financeiro. Não se trata apenas de abrir um negócio para gerar renda. Trata-se de criar algo que tenha propósito, que resolva um problema real, que transforme uma dor pessoal em solução coletiva.
De acordo com o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2023, mulheres têm 1,7 vezes mais probabilidade de criar negócios com foco em impacto social e 25% mais chances de liderar negócios sustentáveis.
Isso quer dizer que, enquanto o modelo tradicional de negócio ainda é muito voltado à performance a qualquer custo, muitas mulheres estão propondo uma nova lógica: empreender para cuidar, para regenerar, para mudar a realidade ao seu redor.
Esse dado não é uma curiosidade estatística. É um chamado para reconhecer que o empreendedorismo feminino está criando uma nova economia. Mais humana, mais empática, mais conectada com o futuro. E, por isso mesmo, precisa ser olhado com seriedade, com estratégia e com estrutura.
Empreender com propósito é mais do que tendência, é quem somos.
A vontade de fazer diferente está no DNA de muitas mulheres que empreendem. Não é raro escutarmos histórias de empresárias que começaram seus negócios a partir de uma dor pessoal: um filho com alergia, uma mãe sem apoio, um bairro sem acesso, uma causa invisível.
Essa vivência direta com problemas sociais e ambientais desperta em muitas de nós a urgência de criar soluções. E é assim que surgem empresas que não só vendem produtos ou serviços, mas mudam realidades.
Segundo a Boston Consulting Group (BCG), empresas fundadas por mulheres geram 10% mais receita com 50% menos investimento inicial, comparadas às fundadas por homens. O motivo? Nós tendemos a pensar o negócio de forma mais cuidadosa, mais voltada ao longo prazo, mais conectada às necessidades reais das pessoas.
Além disso, o relatório “Women @ Work” da Deloitte reforça que lideranças femininas estão mais engajadas com práticas sociais, ambientais e inclusivas. Ou seja: não é só intuição, é padrão de comportamento. E esse padrão está ganhando protagonismo em um mundo cada vez mais exigente com as marcas que consome.
Propósito cresce, sim! Quando tem base.
Existe um mito que precisa ser desconstruído: o de que negócios com propósito não dão dinheiro. De que impacto social e sustentabilidade são “bonitos, mas pouco lucrativos”. Mas os números provam o contrário.
O relatório do GIIN (Global Impact Investing Network) mostra que empresas com foco em impacto social têm crescido de forma sólida e consistente. Investidores estão, cada vez mais, colocando seu dinheiro em negócios que entregam resultados econômicos e sociais. E muitas dessas empresas são fundadas e lideradas por mulheres.
O GITNUX Market Report traz dados ainda mais específicos: negócios liderados por mulheres com foco social têm índices mais altos de satisfação do cliente, retenção de equipe e engajamento local. Tudo isso é valor de marca, é construção de comunidade, é base para crescer com sustentação.
Mas para isso acontecer, é preciso algo que muitas vezes falta: estrutura de gestão. Muitas mulheres têm ideias incríveis e propósito forte, mas sem clareza financeira, sem estratégia de escala e sem apoio, essas idéias se perdem. É aí que a formação empreendedora entra como uma ponte entre o sonho e o resultado.
Propósito precisa de gestão, inteligência emocional e rede.
Empreender com propósito não é mais leve. Pelo contrário: é mais complexo. Envolve expectativas emocionais, responsabilidade social, e uma cobrança interna por fazer tudo “da forma certa”.
Por isso, não basta ter um bom produto ou uma boa ideia. É preciso desenvolver gestão de verdade: controle de custos, marketing, vendas, liderança de equipe, planejamento estratégico. É preciso cuidar da inteligência emocional para não desmoronar na primeira crise ou no primeiro “não”. É preciso construir uma rede sólida, onde haja troca, apoio e mentoria.
Na EBEM, chamamos isso de empresária consciente: aquela que entende que seu negócio começa nela e que o seu desenvolvimento pessoal é parte indissociável do sucesso da empresa.
Ela estuda. Ela compartilha. Ela se fortalece. E, por isso, ela prospera.
Negócios com propósito são o futuro. Mas sem estrutura, eles viram projetos passageiros. Com estrutura, viram legado.
A nova economia tem rosto feminino.
Há uma transição acontecendo diante dos nossos olhos. O mundo está deixando para trás uma lógica de negócios que só valorizava lucro e performance, e está abraçando um novo modelo: regenerativo, colaborativo e sustentável.
E quem está puxando essa mudança? As mulheres.
O World Economic Forum já reconhece o empreendedorismo feminino como uma das forças mais transformadoras da nova economia. E a We-Fi (Women Entrepreneurs Finance Initiative) afirma que investir em mulheres empreendedoras é uma das formas mais eficazes de promover desenvolvimento econômico sustentável.
Isso significa que não estamos apenas criando empresas. Estamos moldando o futuro.
Só que, para liderar essa mudança, precisamos estar preparadas. Precisamos de lugares que nos formem com visão de negócios e consciência de mundo. Precisamos estar entre mulheres que pensam grande e agem com consistência.
Se você sente que nasceu para fazer mais que vender (nasceu para transformar) saiba: você não está sozinha.
Bem-vinda à nova era do empreendedorismo feminino.
Com carinho, Tatyane Luncah Idealizadora, mentora e CEO da EBEM – Escola Brasileira de Empreendedorismo Feminino 📲 @tatyaneluncah | @ebemoficial
Bora Lapidar?