Saúde: vamos começar pelo básico!

A saúde de todos começa pelo básico: saneamento!

imagem: Ilustrativa

Em 5 de junho, comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, data em tive a oportunidade de participar de uma live na internet para dialogar sobre os impactos dos indicadores ambientais na saúde humana.

Durante o evento, apresentei alguns números relativos à poluição do ar e ao saneamento básico que deveriam nortear as autoridades na adoção de políticas públicas.

De acordo com pesquisas do médico especialista em poluição atmosférica e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Saldiva, os moradores de São Paulo perdem, em média, um ano e meio de vida em razão da poluição do ar. Viver na capital equivale a fumar quatro cigarros por dia.

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam para o fato de que 1,3 milhão de pessoas morrem por ano como consequência da poluição urbana. Só em São Paulo morrem 4 mil, anualmente.Isso acontece devido à inalação dos gases e à exposição a partículas finas que penetram profundamente nos pulmões e no sistema cardiovascular, podendo causar acidentes vasculares cerebrais, doenças cardíacas, câncer de pulmão, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e infecções respiratórias, incluindo pneumonia.

Nesses tempos de coronavírus, os brasileiros acompanharam diversas notícias pela imprensa que relataram a falta de água nas periferias das capitais, e a dificuldade dos moradores em lavar as mãos como uma das práticas para conter o avanço do vírus.

Tenho me dedicado a este assunto desde quando cursava a faculdade de medicina, e posso afirmar: a falta de saneamento básico revela que a classe política de nosso país não gosta de obras que não aparecem.

foto: Divulgação

A falta de saneamento básico
Os números são assustadores. De acordo com o Instituto Trata Brasil, 100 milhões de brasileiros não possuem esgoto tratado e 35 milhões não recebem água potável em seus lares. Ainda existem três mil lixões a céu aberto, espalhados pelo território nacional, e o país recicla apenas 3,4% dos seus resíduos, e quase todos os rios brasileiros recebem toneladas de esgoto diariamente. Essa mesma pesquisa revela que sete crianças morrem por dia no Brasil devido à falta de saneamento, e a principal causa da mortalidade está relacionada às doenças diarreicas, pois as crianças são mais vulneráveis e perdem mais rapidamente os nutrientes que são de extrema importância para sua sobrevivência. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 1,7 milhão de crianças com menos de cinco anos morrem porque habitam locais insalubres, fator que torna a diarreia a segunda causa de morte em crianças menores no mundo.Traduzindo em números, o resultado de tamanho descaso é um caos para a saúde pública nas cidades brasileiras.

foto: Divulgação

Um investimento, muitos benefícios
Estudos econométricos mostram que a cada R$ 1 que o governo investe em saneamento básico, economiza R$ 4 na saúde pública. É preciso conscientizar a população de que saneamento básico é a forma mais segura de prevenção das doenças.

Já está provado que investir em saneamento gera empregos, reduz os custos com a saúde, evita mortes de crianças e internações hospitalares, melhora o desempenho escolar de jovens e adolescentes que vivem em regiões insalubres, cria melhores oportunidades para populações vulneráveis, e, em tempos de Covid19, ajuda a impedir o avanço do vírus. A saúde de todos começa pelo básico: saneamento!

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