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“Coloca na natação que ele emagrece.”
“Quando crescer, ele perde esse peso.”
“Aumenta a atividade física que resolve.”
“Vai deixá-lo passar vontade?”
Frases como essas parecem comuns, mas escondem um grande equívoco. No consultório de profissionais de saúde, o que não faltam são famílias aflitas por seguir conselhos mal fundamentados que, na prática, não resolvem o problema da obesidade infantil.
E aí surge a grande dúvida:
Por que meu filho continua com sobrepeso se pratica atividades físicas regularmente?
A resposta é clara: somente atividade física não é suficiente!
O Papel da Atividade Física
Não há dúvida de que movimentar o corpo é essencial em todas as fases da vida. Crianças ativas tendem a ter melhor disposição, maior desempenho escolar e menor risco de desenvolver doenças crônicas no futuro, como hipertensão e diabetes.
Mas a ciência mostra que o gasto calórico promovido pela atividade física não é capaz, sozinho, de compensar os excessos alimentares. Em outras palavras: se a criança pratica esporte, mas continua comendo em excesso alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, gordura e sal, o resultado dificilmente será perda de peso ou saúde plena.
A Importância da Alimentação Adequada
De nada adianta matricular seu filho em várias atividades físicas se, ao chegar em casa, ele encontrar refrigerantes, bolachas recheadas e fast food liberados à vontade.
A obesidade infantil é multifatorial e envolve genética, ambiente familiar, hábitos culturais e, principalmente, a alimentação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade infantil é hoje considerada uma epidemia global. Estima-se que, até 2030, mais de 250 milhões de crianças estejam acima do peso. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30% das crianças entre 5 e 9 anos já apresentam excesso de peso.
Esses números são alarmantes, pois a obesidade infantil está diretamente associada a doenças que antes eram vistas apenas em adultos, como colesterol alto, resistência à insulina, problemas articulares e até impactos psicológicos, como baixa autoestima e bullying.
Equilíbrio é a Chave
O caminho, portanto, não é radicalizar — nem restringindo severamente, nem liberando sem limites. Crianças precisam de energia e nutrientes para crescer, brincar, estudar e se desenvolver. Mas isso deve ser feito de forma equilibrada, com escolhas inteligentes no dia a dia.
Uma dieta balanceada, rica em frutas, legumes, verduras, proteínas de qualidade e carboidratos saudáveis, é a base para um desenvolvimento adequado. Aliada à prática regular de atividades físicas, cria-se um ambiente propício para que a criança cresça com saúde e qualidade de vida.
O Papel da Família
Outro ponto fundamental é o exemplo. Crianças aprendem muito mais pelo que observam do que pelo que escutam. Se a família mantém uma rotina de maus hábitos alimentares, dificilmente a criança terá motivação para seguir uma alimentação equilibrada.
Por isso, é importante que o cuidado seja coletivo. Transformar a rotina alimentar da casa beneficia não apenas os pequenos, mas todos os membros da família.
Orientação Profissional Faz a Diferença
Cada criança é única. Por isso, o acompanhamento com um nutricionista infantil é indispensável para avaliar necessidades específicas, criar um plano alimentar adequado e orientar os pais a construir uma relação saudável da criança com a comida.
Assim, mais do que emagrecer, o objetivo passa a ser promover saúde, bem-estar e desenvolvimento pleno.
A atividade física é fundamental, mas não faz milagres sozinha. Sem uma alimentação equilibrada, os resultados não aparecem. A verdadeira mudança vem da soma: nutrição + movimento + hábitos saudáveis em família.
O cuidado com a saúde dos nossos filhos é o maior investimento que podemos fazer para garantir não apenas o presente, mas também um futuro com mais qualidade de vida.
Dra. Thalita Cardoso | Nutricionista Infantil
CRN3: 55355
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