O Vinho e suas rolhas

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Degustar um bom vinho começa com o ritual de abrir a garrafa e que faz parte de toda a experiencia.

A rolha de cortiça é utilizada desde o século XVII e é um elemento diretamente ligado à história do vinho. Além de vedar as garrafas, ela protege o vinho de contaminações e oxidações.

A cortiça vem da casca Sobreiro, uma espécie de carvalho muito comum no sul de Portugal. Um sobreiro demora 25 anos para dar sua primeira colheita e depois, a cada nove anos, sua casca de cortiça pode ser retirada novamente.

Além de possuir uma excelente capacidade de conservação, sua micro porosidade permite que o vinho “respire”, o que a torna ideal para um bom envelhecimento dos vinhos de guarda.

Como desvantagem, os vinhos vedados com cortiça precisam de um armazenamento mais cuidadoso, para que ela não resseque e venha a estragar o vinho, razão pela qual as garrafas devem ser guardadas sempre deitadas para que as rolhas fiquem em contato com o líquido.

Outro problema da rolha de cortiça é a possibilidade de contaminação por TCA (tricloroanisol), uma substância química liberada quando a rolha é atacada por um fungo, provocando aromas de mofo no vinho. 

Estima-se que 2 a 5% dos vinhos vedados com rolhas de cortiça podem ter problemas causados pelo TCA. Esta á a razão pela qual o sommelier deve sempre nos oferecer a rolha para que possamos cheirá-la. Se o aroma de mofo estiver presente, pode-se recusar o vinho.

Vinhos contaminados pelo TCA são chamados popularmente de “bouchonné” (em francês), “corked” (em inglês) ou simplesmente “com rolha”, como em Portugal.

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Hoje com os avanços da tecnologia e da indústria preocupada com a escassez desta matéria prima e com o equilíbrio do seu ecossistema, a grande maioria dos viticultores no mundo todo vem utilizando um maior número de rolhas alternativas.

Depois da rolha de cortiça maciça, a mais barata é a rolha de aglomerado de cortiça. Feita de cortiça moída, com sobras da produção de rolhas maciças, utilizando cola especial. Esta rolha costuma ser utilizada para vinhos mais jovens e que não evoluem com o tempo de guarda.

Outra alternativa é a rolha sintética que chegou ao mercado na década de 90. São mais baratas que as rolhas de cortiça e imunes à contaminação por TCA. Podem ser coloridas e permitem que a garrafa seja guardada em pé. 

A tampa de rosca, ou “screwcap”, foi introduzida nos anos 60 na Austrália e Nova Zelândia. Trata-se de uma tampa de rosca metálica revestida por um material plástico inerte que veda perfeitamente a garrafa e é também muito utilizada para outras bebidas, sucos e até água mineral. 

Hoje é cada vez mais utilizada no mundo todo, inclusive para vinhos brancos mais caros e que não precisam evoluir com o tempo de guarda. Totalmente livre da contaminação por TCA, fácil de abrir, dispensando o uso de saca-rolhas, causando certa rejeição aos bebedores mais tradicionalistas, totalmente injusto a meu ver. Abro muitas garrafas caras com este sistema, especialmente brancos de grandes produtores, e o vinho está sempre intacto. Aqui você não corre o risco de encontrar um vinho bouchoneé.

Há ainda as tampas de vidro, que com um anel sintético, sela perfeitamente o vinho. Um método muito charmoso e prático, além de poder fechar a garrafa novamente com facilidade.

As rolhas alternativas serão cada vez mais utilizadas, ficando a tradicional rolha de cortiça de qualidade, destinadas aos vinhos mais nobres e que precisam de tempo de evolução.

Saúde!

Vinhos recomendados: 

Cusumano Nero d’Avola – Este delicioso tinto italiano da Sicília utiliza a tampa de vidro. Realmente um charme! (R$ 154)

Little James Basket Press – Feito com as uvas Sauvignon Blanc e Viognier, este maravilhoso vinho francês vem com a tampa de rosca. (R$ 158)

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