O novo normal no futebol e na música

"Tanto Facebook como Google vão entrar neste seleto grupo. E caixa para isso não falta"

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A transmissão de eventos esportivos, jogos, shows e festivais em plataformas digitais iniciou uma nova fase que não tem data para acabar. A polêmica surgiu quando os clubes Atlético-PR e Coritiba recusaram o valor oferecido pela Rede Paranaense de Comunicação (RPC), filiada à TV Globo, pelos direitos do Campeonato Paranaense, decidindo transmitir a partida de forma independente, usando seus perfis no Facebook e canais no YouTube. Uma medida provisória aprovada pelo Governo definiu que os clubes mandantes dos seus jogos têm o direito de tratar livremente os direitos de transmissão por eles mesmos. O Flamengo, no campeonato carioca, negociou seus jogos com o YouTube e SBT e atingiu recordes de visualização e audiência fora da TV Globo. O assunto é quente e novo, mas a transmissão de eventos esportivos e futebol já funciona assim em outros países. Não há dúvida de que esse tipo de transmissão se tornará uma tendência mundial nos próximos anos, com mídias sociais e novos players transmitindo ao vivo eventos de grande expressão e popularidade. Tanto Facebook como Google vão entrar nesse seleto grupo. E caixa para isso não falta. Falta a experiência de cobertura, no entanto, com comunicadores e comentaristas mais especializados e famosos, e modelar o business para que o negócio seja bom, relevante em audiência e viável economicamente.

Porém, todo esse calor no futebol gerado na pandemia nos faz refletir sobre a disruptura de um modelo clássico que irá gerar uma mudança enorme para redes de televisão, redes sociais, sites, agências e o público, claro. As tradicionais emissoras de TV têm contratos legítimos de direitos, mas, com a nova regra, as grandes plataformas de vídeo, com faturamento cada vez mais crescente e relevante, estão de olho na compra de direitos para transmissão exclusiva de eventos ao vivo. As marcas já financiam campanhas online nessas mídias. Para elas entrarem na receita de patrocínio das transmissões ?????

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O embate começou com os dois principais times do Paraná e foi para o Rio. Mas, alguém duvida de outros grandes times como Corinthians, Palmeiras, Sao Paulo, Grêmio, Cruzeiro fazerem o mesmo? As emissoras compram os direitos e precisam vender cotas de patrocínio para lucrar, enquanto o repasse para os clubes fica cada vez menor. Uma coisa é um importante canal de televisão fechar o direito com uma federação de futebol, mas como impedir um clube de transmitir seu jogo no YouTube, se o grande público também está lá hoje?

A audiência é outro ponto que deve ser considerado. Até o momento que eu escrevia este texto, o clássico “Atletiba” teve mais de 3,6 milhões de visualizações. Pelo Facebook, foram mais de 2,1 milhões assistindo ao jogo somente na fanpage do Atlético, e outras 881 mil pelo canal do Coritiba. Em um ambiente de mais de 50 milhões de usuários únicos, 10 bilhões de vídeos vistos parecem um oceano azul para crescer as transmissões ao vivo.

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Outro caso curioso mostra que, ao invés de se confrontarem, televisão e mídia digital optaram por, juntas, aderir a formatos inovadores. A Pandemia mudou o hábito de assistir aos conteúdos e mudou também a relação comercial e de negócios. Esse modelo de “TV+vídeo” ao vivo nas redes sociais também pode ser vencedor no Brasil para a audiência e para os negócios. Será muito saudável começarmos a analisar esses novos momento e modelo; sem confrontos e com mente aberta para o que o grande público quer e espera dos grupos de comunicação e das plataformas sociais.

Podemos até não estar acostumados, mas não é de hoje que novas formas às tradicionais maneiras de se assistir à televisão já fazem parte do nosso dia a dia. O GloboPlay é um exemplo desse inovador e crescente hábito. Com o celular na mão e uma banda larga de qualidade, temos acesso a tudo, a todo instante e de qualquer lugar. Não estamos mais presos aos eletroeletrônicos que ficam plugados na parede da sala para assistirmos a vídeos. Isso sem contar o sucesso crescente do Netflix no Brasil.

As grandes plataformas de mídia estão com apetite e caixa, e o objetivo é atender ao interesse da parceria entre televisão, público e marcas. A única coisa que não vai mudar será o espetáculo ao vivo do futebol e da música. O futuro, nesse campo, portanto, já começou.

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