Apesar de todos os contratempos de 2020, e de a temporada de golfe ter sido a menor em muitos anos, tivemos alguns destaques que são dignos de muitas referências.
No golfe profissional internacional, o grande destaque ficou para Dustin Johnson, que, além de terminar como número um do mundo, teve um ano espetacular, ganhando a cobiçadíssima Fedex Cup e também o Masters, que ele tanto cobiçava e sonho de todo jogador profissional.
Também tivemos um ressurgimento, no pós-pandemia, do Bryson DeChambou, que promoveu drástica mudança no corpo e no swing com excelentes resultados.
E ainda o surgimento de muitos jovens profissionais, que certamente darão outra cara ao cenário do golfe mundial nos próximos cinco anos, dado o elevado nível técnico e o incrível condicionamento mental. Destaco somente dez deles com menos de 25 anos de idade para acompanharmos: Sungjae Im (sul-coreano), Mattew Fitzpatrick (inglês), Colin Morikawa (norte-americano), Matthew Wolff (norte-americano), Victor Hovland (norueguês), Scottie Scheffler (norte-americano), Joaquin Niemann (chileno), Cameron Champ (norte-americano), Robert MacIntyre (escocês), Robby Shelton (norte-americano).
No cenário nacional, nossos profissionais foram extremamente penalizados com a falta de torneios, até mesmo no Tour Latin América, por isso os grandes destaques do ano ficam para os amadores, os irmãos Grimberg, Lauren e Gui. Ela não encontra dificuldades para ganhar quase todos os torneios que entram no Brasil; e o seu irmão Gui, para mim é o grande destaque do golfe brasileiro do ano de 2020, pela enorme evolução e consolidação do seu golfe no período da pandemia. Gui, aos 17 anos, já é uma realidade no cenário nacional, se considerarmos seus desempenhos entre os resultados dos profissionais brasileiros, e uma grande promessa no golfe internacional em um futuro breve.
O golfe natalino de 2020
Depois de conviver dez meses com uma pandemia devastadora, como nunca antes tivemos conhecimento na nossa história, especialmente no tocante a perdas de vidas, chegamos a este dezembro de 2020 mais esperançosos que no final do primeiro semestre. E nós, que praticamos o golfe, com muitas coisas para agradecer.
Primeiro, porque pertencemos a um grupo cujo comportamento é reflexo de um maior grau educacional, econômico e financeiro, sem falar que tudo isso é, em muito, ajudado pelos princípios de ética que o nosso esporte exige dos praticantes. Isso fez com que o grupo dos golfistas adotasse, desde o primeiro momento da pandemia, um resguardo e um cuidado severo em suas vidas e na de todos que o cercam. Discernimento e condições financeiras proporcionaram a este grupo qualidade de vida, no auge e durante a fase mais crítica da pandemia, bem superior à média nacional, e, por consequência, também melhores condições nas estatísticas mais tenebrosas da doença. A possibilidade de “fugirmos” para longe dos centros das grandes cidades, com grande suporte, nos deu um escudo protetor muito mais forte em todos os aspectos. E nós, os privilegiados que pudemos fixar residências temporárias em condomínios com golfe, conseguimos, obviamente com muito cuidado, voltar mais cedo (já no final de abril ou começo de junho) a praticar o nosso esporte preferido. Também os dirigentes dos clubes de golfe, especialmente aqueles do interior, que sempre lutavam muito para cobrir as contas do clube, têm muito a agradecer, pois, em alguns casos, subiu muito o número de sócios.
Sem falar que o resguardo e a pouca prática do jogo em si deram aos gramados uma recuperação impressionante; a mãe natureza, com seus técnicos de plantão, sol e chuva, acompanhada por um trabalho mais tranquilo das equipes de manutenção, geraram um campo em melhores condições.
Se nós, praticantes do golfe social, temos muito a agradecer neste tradicional momento de reflexões natalinas, muitos jogadores de ponta, amadores e profissionais, deverão ser gratos um pouco mais, pois tiveram condições de aprimorar os seus swings e seus condicionamentos físicos e mentais.
Agora, deixando apartado o nosso lado golfista, precisamos nos juntar a toda a população brasileira, que vem dando uma demonstração muito importante de conscientização como sociedade com relação ao uso, em grande escala, das possíveis vacinas aprovadas. Isso deixa nossas tradicionais preces e promessas de fim de ano em um cenário muito mais otimista para 2021 que se aproxima.
Neste último artigo do ano, desejo a todos os nossos amigos leitores um Feliz Natal, com os cuidados de segurança e o devido distanciamento social necessário, e que 2021 seja muito melhor para todos!
Peço licença aos leitores para, neste espaço, agradecer toda a equipe da revista Viva Digital, especialmente minha “colaboradora-mor” Julia, que, além de bela, é profissional, elegante e atenciosa em todo contato.
Também agradeço a parceria e os ensinamentos da minha querida amiga golfista e fisioterapeuta Rossana Quessa, que neste ano nos brindou com vídeos muitos interessantes sobre os cuidados com as principais lesões no golfe.
Minha gratidão neste final vai para o meu amigo Júnior, que, mais do que dono da revista, foi a primeira pessoa, há mais de 20 anos, a me incentivar a escrever artigos; e a me permitir, no artigo de dezembro do ano 2000, escrever sobre um grande resgate histórico pessoal, que me ajuda a apreciar sempre esse esporte maravilhoso e me anima a continuar escrevendo.
Viva o golfe!
VITÓRIA DE GUI GRIMBERG NO ABERTO DO ITANHANGÁ GOLFE CLUBE