Um dos problemas que assaltam a família nos dias de hoje é a falta de tempo e não é diferente na nossa alimentação. Refeições rápidas, muitas vezes feitas enquanto olhamos para o celular, televisão ou tablet.
Os nossos hábitos repercutem nas crianças, que, cada vez mais, recorrem a acessórios como o celular na hora de comer. As crianças também são bombardeadas com frases do gênero: “come rápido, se não a comida vai esfriar”, “se não comer tudo, não vai ter sobremesa” ou mesmo a frase clichê da turma do prato limpo: “tem tanta criancinha na África passando fome”… negligenciando por completo o ritmo interno de cada criança.
A criança nasce com a extraordinária capacidade de comer intuitivo, que, com o passar dos anos, se perde, e, quando adulto, o indivíduo se torna incapaz de reconhecer a fome, a vontade de comer e a saciedade. A conexão com o corpo é perdida e, em muitos casos, os episódios de comer compulsivo ou mesmo de distúrbios alimentares surgem, podendo gerar ansiedade e a obesidade nessa criança.
O que é o Mindful Eating?
Esse termo significa “comer com atenção plena”, é estar no momento presente, consciente do corpo, dos pensamentos e das sensações, é sentir os aromas, texturas e sabores dos alimentos sem julgamentos e críticas. É conseguir reconhecer e diferenciar quando se está com fome ou com vontade de comer, se é uma fome física ou emocional/psicológica (aquele alimento é para nos nutrir ou nos confortar?), é saber a hora exata de parar de comer (saciedade). Alimentação consciente vai muito além do que apenas prestar atenção na hora da refeição, comendo devagar e sem distrações.
Como ensinar os pequenos?
A primeira dica é dar o exemplo: se os pais praticam o mindful eating, não apenas oferecem um modelo de comportamento para as crianças, como também se tornam mais hábeis em reconhecer o que acontece durante a alimentação delas, e a lidar com isso de forma compassiva. Isso significa respeitar a fome e a saciedade natural, sem forçar ou obrigar a criança a comer contra a sua vontade, e respeitar suas preferências. Também significa perceber quando a criança come ou deixa de comer por estar entediada, frustrada ou triste, e acolher e ajudar a criança a lidar com essas emoções de outra forma que não por meio da comida.
Mude seu discurso
Dizer a criança para comer os vegetais “porque são saudáveis” pode favorecer a crença de que os vegetais não são gostosos e tudo o que é saudável não é gostoso. Ao invés disso, que tal estimular a curiosidade da criança quanto ao formato, cheiro e cor dos alimentos, ou sobre o som que eles fazem quando são mastigados? E o sabor dos alimentoss: a cenoura que hoje está mais docinha, ou qual será o morango mais gostoso do prato?
Finalmente, é importante criar um ambiente nas refeições que facilite a atenção da criança na atividade alimentar, evitando outros estímulos e distrações. Ajudando a criança a respirar fundo antes de se servir ou comer, olhar os alimentos disponíveis e sentir o quê e o quanto quer.
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