“Meu filho não come!”. Se você se reconhece nessa frase, saiba que essa é uma queixa bem comum.
Realmente, lidar com a alimentação infantil não é fácil. É uma tarefa diária, que começa antes mesmo de o pequeno vir ao mundo. A formação do hábito alimentar tem início antes do nascimento, com a alimentação da gestante, por exemplo. Posteriormente, isso continua com a amamentação, a inserção de alimentos complementares e a transição para a dieta da criança mais velha.
Após os seis meses de idade, chega uma fase nova para todos, tanto para os pais quanto para o bebê. É quando os alimentos são apresentados às crianças. A partir daí, cada mês que passa é uma nova descoberta. Até porque cada criança tem sua personalidade. Em uma mesma casa, um filho pode ser mais aberto para experimentar novos pratos, e o outro, mais seletivo. Há fases também em que as crianças comem mais ou menos. Não é preciso entrar em pânico! Isso tudo é normal. Leva tempo para a criança descobrir os alimentos e sabores que mais gosta.
É fundamental que pais saibam que a criança já nasce com a capacidade de perceber os sinais de fome e saciedade. Ou seja: se estiver com fome, vai pedir por comida. Quando estiver satisfeita, vai parar de comer. Simples assim! Vejo muitas mães e pais dizendo “meu filho não come” sem perceber que, na verdade, eles comem, sim! Mas, talvez, não na quantidade que eles imaginariam ser suficiente.
Deixo aqui algumas dicas para tornar o momento da refeição o mais agradável possível:
– Manter uma rotina alimentar em casa é muito importante para que a criança desenvolva hábitos saudáveis.
– Sentar-se à mesa para comer em horários regrados, oferecer alimentos bons para a saúde em todas as refeições (ainda que o pequeno não os aceite) e evitar distrações como celulares ou TV ligada são algumas medidas essenciais para que a meninada entenda que aquele é um momento importante do dia. – É sempre bom lembrar que criança aprende pelo exemplo não adianta nada querer que ela coma as verduras se você pediu um hambúrguer e está postando foto no Instagram.
– Torne a mesa um ambiente agradável e de conversa é essencial.
– Chega de falar “meu filho não come”. Eu gosto do reforço positivo, de uma linguagem mais amorosa, sem pressão, sem castigos. Se ele não quiser comer uma das refeições principais (desjejum, almoço ou jantar), respeite. Evite dar outras coisas para compensar.
– Tente, desde cedo, criar uma aproximação do seu filho com os alimentos. Você pode levá-lo à feira, ao mercado, pedir que dê sugestões na hora de escolher o que fazer para o jantar. Assim ele se sentirá parte do processo, especialmente se ele cozinhar junto! Crianças que cozinham com os pais comem melhor!
Talvez a coisa mais importante que você possa tentar criar na sua casa seja um ambiente agradável e tranquilo em torno da comida, para que a criança entenda, desde cedo, que comer serve para nos nutrir, mas também para nos unir em momentos felizes!
Por: Thalita Cardoso – CRN: 3 55355 Graduada em Nutrição pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Pós-graduanda em Nutrição Maternoinfantil na Prática Clínica e Ortomolecular pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Estudo na Área da Saúde (Fapes)
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