Infinitas Existências

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Desde pequena, sempre tive muita facilidade em aprender. Geralmente, crianças que têm esse perfil se sentem entediadas ou com uma certa “bronca” da escola, mas essa nunca foi a minha realidade. Ao invés disso,  eu usava toda a minha energia e  filtrava tudo o que me ensinavam com um olhar e uma linguagem mais fácil e acessível para conseguir ensinar para outras pessoas tudo o que eu havia aprendido. Esse ciclo autenticamente me representava, uma vez que me fazia aprender mais e, por tabela, me trazia amor e aceitação por parte dos outros. Para mim, a vida sempre foi um celeiro de criar caças ao tesouro com o objetivo de aprender e evoluir mais. Mas o que realmente os outros conhecem sobre nós? O que colocamos disponível no mundo sobre a nossa essência? 

Naquela época, eu ensinava. Nos últimos anos, eu compartilho. Ensinar e compartilhar são duas coisas bastante parecidas que fazem parte da minha essência. De 2012 a 2016 eu compartilhei muitas coisas da minha vida pelas redes sociais. Mas a Bel de 2012 não fazia ideia do tamanho potencial da Bel de hoje. E isso, provavelmente, também é uma verdade na sua vida. Seguimos determinados perfis nas redes sociais mas conhecemos aquela pessoa de forma rasa, e digo isso porque, muitas vezes, a própria pessoa não tem o contexto de quem ela é. Claro que, naquele momento, ela pode estar super conectada com a sua essência, mas muitas vezes ela não imagina o tamanho do potencial que irá descobrir em si mesma. 

De 2016 para cá, passei a compartilhar menos, por diversas razões. Minha métrica principal sempre foi ser autêntica comigo mesma, respeitar minha essência, sentir crescimento, aumentar minha consciência, nutrir minha alma e sentir que, ao ser tão verdadeira comigo mesma, eu possa tocar vidas profundamente. Então, de 2016 a 2019, tive um despertar muito grande da minha intuição e passei a focar no sentir. Percebi o quanto eu ainda precisava aprender e me sentir conectada com um todo, que não se referia a um mundo material. Então, me dissequei profundamente ao escrever uma autobiografia desconstruída da minha jornada. Essa foi uma das experiências mais doidas que já vivi pois, quanto mais você escreve, mais você aprende sobre padrões de comportamento e, assim, mais você consegue se analisar. É algo infinito, e cada vez mais profundo e mais acelerado. O que era para ser um único livro se tornou sete livros que escrevi para mim mesma, e que me agregaram em toda minha vida. 

 Esses livros nunca estarão finalizados, mas quero lançá-los gratuitamente online para todas as pessoas. De tempos em tempos, quero revisar parágrafo por parágrafo da versão original que foi lançada e inserir um adendo conforme eu perceba que minha percepção sobre aquele ponto se transformou. Quero mostrar como podemos mudar ao longo dos anos, como podemos nos transformar, nos ressignificar e nos integrar cada vez mais. 

Nós temos infinitas existências: eu sou irmã, amiga, empreendedora, filha… Mas percebi que nossas existências vão muito além disso. Temos existências do mundo mineral, do mundo vegetal e, quando algum símbolo ou história nos representa, também temos essas existências em nós. Quero mostrar minhas infinitas existências, mas isso é algo um pouco mais complexo de se fazer, não basta escrever uma biografia ou colocar fotos das minhas experiências em um site. Meu desejo é que a simples jornada de crescimento de um personagem te ajude a entender suas existências e a enxergar toda a luz que existe em você.