Educação e aprendizagem: parte 2

foto: ilustrativa

No artigo anterior, mostrei como funciona a St. Mary Primary School em Manchester, a Minerva Schools e 42 Silicon Valley, na Califórnia, EUA, que estão reinventando a forma como seus alunos aprendem.

Gosto também de olhar para diversos segmentos e constatar quem mais está fazendo o papel de escola. Algumas campanhas publicitárias, por exemplo, acabam desempenhando a função de educadores e trago nesse artigo três exemplos que me marcaram.

Não é de hoje que o Burger King é conhecido por fazer campanhas audaciosas. Uma dessas campanhas tomou para si explicar um dos conceitos complicados que estão em pauta hoje: neutralidade de rede. Como eles fizeram isso? Mostrando como seria um mundo em que não houvesse neutralidade de Whoppers. Quer esse sanduíche? Bom, para recebê-lo antes, você pode pagar mais pelo mesmo produto, ou então terá que aguardar por mais tempo na fila. Isso aumenta o valor do produto desejado e também fomenta produtos secundários, fazendo com que se tornem mais acessíveis e acabem por ser a primeira opção para quem não quer pagar nada além. Porém, fica muito claro o quão doloroso isso é para o cliente.

A segunda campanha que me chamou a atenção foi a da Macma (Movimento Ayuda Câncer de Mama), uma ONG argentina. Eles queriam aumentar a visibilidade sobre a importância do exame de toque para prevenção de câncer de mama. Porém, seios femininos são censurados em redes sociais, e não é possível mostrar em vídeo instruções sobre como fazer o exame. Eles acharam uma solução: contaram com a ajuda do Henry, um homem com seios proeminentes por causa do seu peso. No vídeo, uma mulher faz o exame de toque no Henry. Na primeira semana, o vídeo teve mais de 48 milhões de visualizações e mais de setecentos mil compartilhamentos.

Para finalizar, quero compartilhar uma campanha que me emocionou demais e faz relembrar pais sobre valores que às vezes ficam em segundo plano. É muito comum os pais focarem nas notas dos boletins dos seus filhos para decidir se estão progredindo ou fracassando. A campanha do My Little Pony, da Hasbro, uma das maiores empresas de brinquedos do mundo, mostra um boletim diferente. Os pais são chamados para vir à escola supostamente para revisar o boletim dos seus filhos, mas, em vez de encontrarem professores ou diretores, são recebidos pelo melhor amigo do filho, que explica porque a amizade é tão importante.

O mundo publicitário tem várias ressalvas, muitas vezes com agendas ocultas cheias de segundas intenções ou metas obscuras, mas quando campanhas são usadas para trazer visibilidade para assuntos ou temas que necessitam de mais informações, elas podem se tornar parte do futuro que já existe em educação e aprendizagem.

Além desses exemplos, há várias outras empresas desejando participar da criação do futuro, ou vivendo um futuro que já existe. Se tiver interesse em saber mais, acesse www.ofuturoquejaexiste.com.br.

foto: divulgação28

DICA DO MÊS:
Resolvi trazer um exemplo nostálgico, um dos primeiros livros que li na minha vida, porque amo quando leituras simples nos fazem pensar sobre questões profundas de comportamento. De forma leve e divertida, por meio desse livro você mergulha no mundo de algumas crianças que estão vivendo certos impasses em suas vidas.

Título: Marcelo, Martelo, Marmelo
Autor: Ruth Rocha
Editora: Salamandra
Preço: R$ 40,45

*Preços pesquisados em agosto de 2018

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