Diabetes gestacional e a nutrição

Ilustrativa

Durante a gravidez, ocorrem adaptações na produção hormonal materna para permitir o desenvolvimento do bebê. A placenta é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O pâncreas materno, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar esse quadro de resistência à sua ação. Em algumas mulheres, entretanto, esse processo não ocorre, e elas desenvolvem quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue.

Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há maior risco de crescimento fetal excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta.

Fatores de risco

Algumas mulheres têm um risco maior de desenvolver a doença e, por isso devem, tomar mais cuidado. Fique atenta aos fatores de risco:

•Idade de 35 anos ou mais

•Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual

•Deposição central excessiva de gordura corporal

•História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau

•Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual

•Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG

•Síndrome de ovários policísticos

•Baixa estatura (menos de 1,5 m)

Terapia nutricional como tratamento

As gestantes com diagnóstico de diabetes mellitus gestacional (DMG) devem receber orientações nutricionais com o objetivo de atingir as metas glicêmicas, ganho de peso materno adequado e para prevenir a ocorrência de desfechos fetais e neonatais desfavoráveis. Considerando as deficiências nutricionais observadas na população brasileira, aliada ao aumento significativo da prevalência de sobrepeso e obesidade, apresentaremos, inicialmente, orientações nutricionais gerais visando a uma alimentação saudável que deve ser seguida por todas as gestantes, mas que assumem grande importância no tratamento do DMG. A terapia nutricional baseia-se na avaliação do perfil antropométrico da gestante, dos seus hábitos alimentares, da acessibilidade aos alimentos, de características alimentares regionais, das suas condições clínicas, socioeconômicas e culturais.

O histórico de diabetes gestacional é um importante fator de risco para desenvolvimento de diabetes tipo 2 ao longo da vida adulta e na senilidade. O aleitamento materno pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes permanente após o parto. O desenvolvimento de diabetes tipo 2 após o parto frequentemente é prevenido com a manutenção de uma alimentação balanceada e com a prática regular de atividades físicas.

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A ALIMENTAÇÃO E O SONO DA CRIANÇA