Decretada por um inimigo invisível, a guerra inesperada que parou o mundo

“Não é hora de pânico! É hora de ter responsabilidade e, principalmente, de pensar no outro”


Ele chegou para mostrar, mais uma vez, que não controlamos nada; que, quando menos esperamos, a vida pode virar de cabeça para baixo e, nós, seres humanos tão vaidosos, cheios de verdades, arrogantes, irresponsáveis com a vida que é um presente, sucumbimos.

O coronavírus voltou! Desta vez, se não mais forte, mais rápido na capacidade de contaminar, atingindo todos indiscriminadamente. Pegou de surpresa as nações mais poderosas, as mais ricas, as que buscam controlar este mundo moderno com o poder da supremacia tecnológica, exploração dos seres humanos, minimizando a importância da saúde local e universal, produzindo doenças, disseminando o que poderia ser controlado e evitado, tornando vulneráveis os sistemas de saúde, a economia e o destino de todos nós.

Os erros começaram na China, com o governo não aceitando o alerta do oftalmologista Li Wenliang, de 34 anos, que ainda deverá ser protagonista, merecidamente, de algum filme ou documentário. Wenliang foi calado por um ditador, quase foi preso, acusado de perturbar a ordem social, e acabou morrendo contaminado. Se o tivessem escutado, provavelmente nada disso estaria acontecendo. Errou também a Organização Mundial da Saúde, por ter demorado tanto para admitir a pandemia.

E a sucessão de erros continuou
Errou também a Itália, ignorando por tanto tempo o coronavírus. Hoje, é um dos países mais afetados. E aí vem o velho motivo que controla o mundo e que a história mostra que mais atrapalha do que ajuda a humanidade: a busca permanente pelo poder por parte de líderes mundiais, o temor de fragilizar economias e seus governos e o medo de se fragilizar. Ao admitir a total incompetência de administrar uma crise como esta, o mundo parou, principalmente pela certeza de que nenhum país tinha condições de atender às necessidades de saúde com um problema
desta dimensão. Nem mesmo as maiores potências, como os Estados Unidos, onde a saúde pública gratuita não existe, a assistência privada é cara e hospitais, leitos e profissionais também são insuficientes Na realidade, é como se o coronavírus tivesse decretado uma Guerra Mundial, como um adversário poderoso, com uma arma que todos gostariam de ter, a invisibilidade. O vírus pode estar em qualquer lugar, atingir qualquer um e em qualquer ponto do planeta, seja na terra, na água ou no ar. Como em tempos de guerra, o mundo está praticamente parado, fronteiras
fechadas, faltando produtos nos supermercados, com a população em pânico, sem falar nos impactos econômicos.

Prevenir é melhor que remediar
Como médico, não posso deixar de alertar todos para a seriedade deste problema. Temos de fazer a nossa parte, principalmente nas próximas semanas, no período de pico da contaminação. O covid-19 pode passar por nós sem deixar tantos danos. Já está comprovado: muitos casos podem ser resolvidos em casa, como se tivesse tratando uma gripe comum. Já foi dito, explicado e reforço aqui: ficar em casa, evitar contato pessoal, aglomeração e fazer a higiene correta, é fundamental. A maior preocupação deve ser com o paciente que tiver doenças pré-existentes como diabetes, problemas cardíacos e pulmonares. Esses fazem parte do grupo de risco, e aí a maior preocupação é com o idoso. Mas o diagnóstico positivo de coronavírus em idoso não é uma sentença de morte; se bem tratado, a chance de cura é muito grande. Por isso é essencial a existência de leitos disponíveis nos hospitais.

Como pré-candidato à Prefeitura de Santana de Parnaíba, tenho chamado a atenção para a importância do respeito com o dinheiro público e investimentos nas áreas que são prioritárias para a qualidade de vida de qualquer população. Temos problemas graves, carências que já deveriam ter sido supridas, principalmente nas áreas da saúde, saneamento básico, educação, entre outras. Não canso de falar sobre a responsabilidade política de quem governa, seja uma cidade pequena como a nossa, um estado ou a nação, mas não esqueço também a responsabilidade de quem elege.

Não sei como seria no Brasil se o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta não tivesse ignorado a opinião do presidente da República, que chegou a considerar a pandemia como uma histeria. Desde o começo, Mandetta reconheceu a gravidade do problema e agiu como deveria, para a sorte dos brasileiros. O presidente da República desrespeitou não só seu governo e a OMS, mas principalmente seus eleitores, ao cumprimentar dezenas de pessoas, depois da confirmação de inúmeros casos de assessores próximos, ministros e deputados que viajaram com ele para os Estados Unidos.

É hora de ter responsabilidade e, principalmente, de pensar no outro. É hora de união para combater um inimigo invisível. Não sabemos ainda qual a arma correta para eliminar o coronavírus, mas, enquanto esperamos a vacina certa para combater a doença, vamos ser rigorosos, vigilantes e seguir as orientações dos órgãos competentes.

Pensamento positivo é inevitável
Quem imaginaria que, em pleno 2020, o mundo iria parar?
Quem imaginaria que os desafios econômicos no Brasil poderiam piorar ainda mais em tão pouco tempo? Os problemas irão se agravar, já que os prejuízos para milhares de brasileiros de todos os setores serão inevitáveis, principalmente para os micro e pequenos empresários, além de milhares de trabalhadores informais. Empresas tiveram projetos cancelados, queda na produtividade da indústria, prejuízos no comércio fechado, prejuízos na educação, na cultura, no turismo. Os impactos econômicos serão sem precedentes, agravados pela péssima relação do presidente com o Congresso Nacional.

Está em nossas mãos
Esta pandemia me parece uma ação do Universo para fazer o mundo parar para pensar. O Universo não tem perdoado, e as respostas estão chegando muito rápido. Vamos aproveitar este momento para ajudar e não atrapalhar, para nosso próprio bem. Para quem acredita no pensamento positivo, vamos plasmar no Universo coisas boas. Somos feitos de energia; a cabeça negativa faz estragos reais no corpo humano, então, vamos pensar positivo, que tudo vai dar certo. O importante agora é conter este vírus e salvar vidas; e é preciso entender que, neste momento, isto está nas mãos de cada brasileiro.

Precisamos fazer a nossa parte para a vida seguir sem tanto caos. Sou médico, mas, diante de um quadro como este, também me sinto impotente. Estou fazendo o que me cabe, e, o mais importante, sou um homem de Fé e já coloquei nas mãos de quem realmente sabe o porquê das coisas e resolve tudo na hora certa. Coloquei nas mãos de Deus.

Saiba mais sobre o coronavírus no site criado pelo Ministério da Saúde:

https://coronavirus.saude.gov.br/