Conquistas femininas: Uma luta por direitos sociais igualitários

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Todos vimos o que está acontecendo com as mulheres do Afeganistão, e foi pensando nelas que escrevo esse artigo carregado de emoções e reflexões, e não posso deixar de compartilhar com vocês, minhas queridas leitoras o quanto isso aperta o meu coração, te convido a vir comigo e juntas compartilharmos as conquistas femininas no ambiente de trabalho, e  propor uma reflexão sobre a luta pela igualdade de gênero, a seguir tem a história das conquistas das mulheres por direitos de trabalho em um formato de linha do tempo. 

É um conteúdo mais longo, mas que nos ajuda a valorizar o que já conquistamos e ao mesmo tempo enxergar de forma realista o que ainda temos pela frente. Acompanhe este pedaço de história conosco e engaja-se ainda mais em uma luta por direitos sociais igualitários.

401 – 1301 | Na Era Medieval ser livre significava “ser homem”

Vamos começar a linha do tempo explicando que a mulher trabalha desde os primórdios da raça humana, porém o seu trabalho sempre foi dentro de casa. Trabalhar, para uma mulher na era medieval, significava  preparar  refeições, dar atenção às pessoas enfermas, limpar  espaços compartilhados, entre outras tarefas da casa. 

Não existe relato histórico de que as mulheres escolheram isso para si. Essa sempre foi uma imposição vinda das figuras masculinas que usavam de sua força física para manter tudo funcionando conforme queriam. Então o primeiro trabalho da mulher na sociedade foi o do cuidado (trabalho esse que permanece até os dias atuais).

Vale citar ainda que durante parte da Era Medieval as figuras femininas que não se rendiam às tradições impostas pelos homens foram perseguidas e consideradas feiticeiras ou bruxas. Existiu até um manual para caça a essas mulheres, que acabou levando milhares delas para a fogueira. 

1301 a 1601 | A depreciação do período Renascentista: Os anônimos são mulheres

Após o final do período medieval formou-se um tipo de núcleo econômico familiar na qual as mulheres dividiam seu tempo entre trabalhar fora e dentro de casa, contanto que mantivessem seus afazeres domésticos em dia. Acontece que aquelas que se sujeitavam a trabalhar fora, não podiam ter seus nomes publicados e a maior parte do trabalho exercido por mulheres nessa época passou a ser nomeado como “autor fantasma” ou “autoria anônima.”

Por conta dessa desvalorização, muitas não podiam comprovar suas habilidades e tinham remuneração inferior  A mão de obra feminina era explorada para gerar maior retorno financeiro. Portanto, nesse contexto, a mulher foi incluída no mercado de trabalho mas em condições míseras.

1601 a 1700 | O campo intelectual do Século: As parteiras eram homens

No campo do intelecto, os avanços das ciências cresciam mas a participação feminina era negada. A maior parte das mulheres não tinha o direito de aprender a ler, escrever, estudar e se profissionalizar. Até o século XIX (1800 – 1900) não existiam registros de mulheres frequentando universidades. 

O resultado dessa diferença é que até trabalhos que antes eram liderados por mulheres, como realizar o parto de bebês que vinham ao mundo, foram tomados por homens, já que eles passaram a se tornar estudiosos. O trabalho da parteira foi substituído pela obstetrícia – setor exclusivo à figura masculina na época.

1701 a 1800 | A revolução francesa e a revolução feminina

Insatisfeitas com as desigualdades de gênero, algumas mulheres passaram a se rebelar e expor a situação precária que a figura feminina vivia. Figura importante para a época foi a de Olympe de GOUGES, mulher que contestava as crenças sociais e propôs a criação de uma “Declaração dos direitos femininos” como complemento à já existente “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”. O resultado? Olympe foi sentenciada à morte na guilhotina em 1739 sob a acusação de ter deixado de lado os “benefícios do seu gênero” e tentar ser um homem de Estado.

1801 a 1900 | Revolução Industrial: O capitalismo deveria ajudar. Mas quem?

Após o período da revolução, o capitalismo  trouxe novas consequências para a esfera feminina. As fábricas surgiram junto ao desenvolvimento da tecnologia e as mulheres passaram a trabalhar dentro do setor fabril em atividades compatíveis com as que exerciam dentro de casa. Ou seja, elas “podiam” trabalhar porém com o trabalho do cuidado, servindo comida e limpando os espaços

As condições de trabalho eram degradantes e a remuneração sempre inferior à dos homens. Uma das justificativas masculinas para tal diferença é de que não havia a necessidade de mulheres ganharem mais pois elas tinham quem as sustentasse. No caso, os próprios homens.

Neste momento as ideologias socialistas se consolidaram, de modo que o movimento feminino pela luta de direitos se fortificou como um aliado do movimento operário. Nesse contexto aconteceu a primeira convenção dos direitos da mulher em Seneca Falls, Nova York em 1848. Também em Nova York, em 1857, aconteceu o movimento grevista feminino que, reprimido pela polícia, resultou num incêndio que ocasionou a morte de 129 operárias no mês de Março.

1901 a 1920 chegada do seculo XX: O sexo feminino não é biologicamente inferior

A luta das mulheres pela diminuição da assimetria na relação com os homens ganhou impulso na virada do séculos 19 e 20 e se estendeu ao longo de todo o século passado. O ápice aconteceu na década de 1960, marcado por uma ampla revolução no âmbito dos costumes. 

“É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separar a do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.”

— Simone de Beauvoir

1921 a 1930 | As leis são para todas as pessoas?

As leis trabalhistas começam a surgir e com a redução da jornada de trabalho para 44 horas semanais a mulher pode encontrar algum tipo de descanso e reparo uma vez que, além do trabalho em condições insalubres e desrespeitosas também precisavam exercer o trabalho do cuidado em suas casas.

1931 – 1970 | O entretenimento do ego 

Com a chegada das leis trabalhistas e com inúmeras revoluções tecnológicas e a chegada do entretenimento, alguns grupos de mulheres, em países específicos, encontraram espaço nas telas de cinema, na música e nos programas de televisão. Mas a maior parte dos papéis ofertados eram como serventes aos homens, fosse representando uma escrava sexual ou uma mulher “bela, recatada e do lar”.

Mas a realidade mais comum da época era a de famílias pobres, em que o trabalho dos homens não era suficiente para sustentar a casa e muitos deles estavam lutando na guerra. Por essa realidade, a mulher partiu para o mercado de trabalho como empregada, lavadeira, cozinheira, cuidadora de idosos, telefonistas e secretárias ou dentro dos comércios. Mas não pense que a realidade foi florida para elas. 

Os assédios e preconceitos se tornaram  constantes e o corpo feminino era infinitamente sexualizado. O salário para as mulheres chegava a ser 70% menor do que o dos homens na época.

1970 a 2000 | O feminismo veio para ficar

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Ainda nos anos setenta, com a expansão da economia, a urbanização crescente e a industrialização em ritmo acelerado favoreceram a entrada de muitos trabalhadores, inclusive mulheres. A partir daqui o movimento feminista passou a tomar proporções mundiais fazendo com que os papéis sociais da figura feminina fossem contestados e forçados a ressignificação.

O ano de 1975 foi decretado pela ONU como “Ano Internacional da Mulher” e pouco a pouco a ideia de que a mulher represetava o sexo frágil passou a desagradar. No mercado de trabalho, primeiro as mulheres tiveram que atuar nos batalhões da base ou linhas de produção e depois foram subindo lentamente na linha hierárquica.

2000 a 2019 | Avante, mulheres!

Com a globalização e o crescimento econômico no mundo todo, o mercado de trabalho expandiu de forma que, sem a participação de todas as pessoas, a engrenagem não funcionaria. Muitas mulheres passaram a sustentar suas famílias, trabalhar em diferentes áreas do mercado e possuir os próprios planos de carreira. 

Porém, as dificuldades encontradas ainda apareciam de forma expressiva. Em 2018, o rendimento médio das mulheres foi 20,5% menor do que o dos homens nos mesmos cargos. E embora tenham passado a trabalhar de forma remunerada, isso não as isentou do trabalho doméstico. Afinal, geralmente são elas as responsáveis por limpar a casa, lavar as roupas, cuidar dos filhos etc. De acordo com pesquisa do IBGE, as mulheres gastam o dobro do tempo dos homens em atividades domésticas. Enquanto eles gastam em média 10,9 horas por semana, as mulheres gastam 21,3 horas.

2020 e 2021 | Novo normal? As mulheres esperam que não

A pandemia causada pelo novo coronavírus alterou as relações de trabalho e o mundo precisou se ajustar. Muitas empresas precisaram diminuir seu quadro de pessoas colaboradoras, outras tiveram que fechar as portas. Infelizmente essa é uma realidade em que todos nós acabamos convivendo. Acontece que para a figura feminina o impacto foi ainda maior. O desemprego afetou mais o gênero feminino durante a pandemia: já são mais mulheres fora do mercado de trabalho do que dentro, o maior recuo nos últimos 30 anos. A saúde mental delas também foi mais afetada: 50% das mulheres brasileiras declararam depressão ou ansiedade em 2020.

É muito importante ressaltar ainda que as mulheres são 70% da força de trabalho da saúde e do setor social (o mais afetado pela pandemia). Ou seja, o sexo feminino é maioria na linha de frente contra a Covid-19. 

O que fica de reflexão para todo mundo sobre a mulher e o trabalho: dupla ou tripla jornada – são mães, chefes de família, ganham menos, ainda tem a obrigação social de cuidar da casa, tornaram-se as principais responsáveis por cuidar de outras pessoas enfermas, o número de assédios e abusos nos espaços de trabalho aumentou no mundo online e ficou ainda mais mascarado e a violência doméstica contra elas ganhou força.

E com tudo que vemos acontendo no oriente médio, você actedita que estamos evoluindo com a nova era matriarcal?

Me acompanha nas redes sociais @TatyaneLuncah | Ceo do Grupo Projeto Figital e Mentora de empresárias 

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