Como trabalharemos no futuro?

Ilustrativa

O avanço da tecnologia sobre as atividades de trabalho tradicionais é inevitável. De acordo com um estudo global realizado pela PwC, a inteligência artificial e a robótica, por exemplo, podem colocar em risco três em cada dez empregos até 2030. Essa mudança ocorre principalmente devido aos estágios de maturidade elevados que essas tecnologias alcançaram.

Como se adequar?
Devido à pandemia da covid-19 diversas mudanças ocorreram nos ambientes de trabalho. A crise que afetou muitas empresas trouxe à tona a discrepância entre as habilidades valorizadas anteriormente e as que são realmente necessárias para atuar em um mundo digital. Consequentemente, os líderes das organizações passaram a perceber a importância de se investir em ações de impacto, na capacitação constante de seus colaboradores e nas adequações necessárias para continuar crescendo mesmo diante das incertezas. Para amenizar o impacto, felizmente, existe uma saída eficaz: a qualificação digital (ou digital upskilling, no conceito originado do inglês).

Novas competências
A pesquisa Upskilling Hopes & Fears realizada pela PwC constatou que 77% dos trabalhadores “acreditam que a tecnologia terá um efeito positivo sobre o trabalho”. Pensando nisso, a empresa — que hoje possui um network de firmas em 157 países — vem colocando em pauta a discussão sobre o tema em nível global, com o auxílio de um programa de capacitação que prepara o capital humano das empresas para as novas demandas do mercado. “Esse é um problema complexo que exige que líderes empresariais, governos e educadores trabalhem juntos para tornar o mundo um lugar mais resiliente, capaz e inclusivo. Na PwC, acreditamos que todos devem poder viver, aprender, trabalhar e participar do mundo digital. O nosso programa global Novo Mundo Novas Competências olha para a necessidade de aumentar a qualificação da força de trabalho no mundo e eliminar a exclusão digital”, diz Marcos Panassol, sócio da PwC Brasil e líder de digital upskilling.

Tecnologias que já estão mudando o mundo
A pandemia causada pela covid-19 e seus efeitos em cascata provocaram mudanças profundas no mercado e aceleraram tendências que já estavam em curso na sociedade. Diante desse cenário de incertezas, os líderes empresariais se perguntam: “qual será o futuro dos nossos negócios?”. É difícil chegar a uma conclusão imediata, porém isso não significa que não possamos nos preparar para o que está por vir. Embora varie a estratégia de cada empresa sobre como melhor explorar e combinar essas tecnologias, é certo que terão um profundo impacto global nos negócios, empregados e clientes. “A velocidade e a disrupção tecnológica têm deixado líderes empresariais em todo o mundo preocupados, uma vez que fica cada vez mais difícil entender quais ferramentas adotar para reinventar os negócios ou se proteger das ameaças digitais”, afirmou Denise Pinheiro, sócia de Digital Risk da PwC Brasil. De acordo com a 24ª CEO Survey da PwC, lançada em março de 2021 – 1 ano após o surto de covid19 ter sido declarado pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 38% dos líderes brasileiros afirmaram ter preocupação com o ritmo acelerado da evolução tecnológica, e 42% com as ameaças cibernéticas.

As oito tecnologias essenciais que estão mudando o mundo
1. Blockchain O termo blockchain faz referência a um banco de dados digital distribuído. De modo mais genérico, poderíamos dizer que é um “livro de razão digital” que utiliza algoritmos de software para registrar e confirmar transações com confiabilidade e anonimato. O registro desses eventos é compartilhado entre várias partes, e as informações, uma vez inseridas, não podem ser alteradas. Por causa disso, a tecnologia é essencial e tem um grande potencial para inaugurar uma era de comércio digital autônomo e mais seguro.

2. Drones

Os drones receberão grandes investimentos nos próximos anos.Fonte: PwC Os drones variam muito, a depender do tamanho, da capacidade e dos propósitos. Alguns são grandes e precisam de amplas áreas para decolar como helicópteros; outros são tão compactos que cabem na palma da mão. Certos modelos são controlados remotamente, enquanto outros apresentam até mesmo direção autônoma. As empresas estão usando essa tecnologia para vários objetivos, como vigilância, pesquisa, esporte, cinematografia e entregas de produtos. Entender como esses aparelhos podem impactar o seu negócio faz parte do preparo para o futuro.

3. Impressão 3D
As principais indústrias que vão tirar proveito da impressão 3D.Fonte: PwC A impressão 3D cria objetos tridimensionais com base em modelos digitais superpondo ou “imprimindo” camadas sucessivas de materiais. Essa tecnologia essencial utiliza “tintas” inovadoras, como plástico, metal e, mais recentemente, vidro e madeira, tendo o potencial de transformar grandes empresas, pequenos negócios e salas de estar em fábricas.

4. Inteligência artificial
A inteligência artificial promete grandes ganhos para as empresas.Fonte: PwC A inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina se concentram no desenvolvimento de programas de computador que podem aprender, compreender, raciocinar, planejar e agir quando “bombardeados” por dados. O aprendizado de máquina traz um enorme potencial para a criação de produtos e serviços relevantes. Segundo a pesquisa IA: uma oportunidade em meio à crise, lançada em dezembro de 2020 pela PwC, a crise causada pela pandemia de covid-19 aumentou a conscientização sobre a tecnologia em muitas organizações (94% dos entrevistados acreditam que a tecnologia ajudará a criar mais oportunidades do que ameaças ao seu setor). Exemplos de inteligência artificial e aprendizado de máquina: hospitais que usam biblioteca de imagens digitalizadas para detectar e diagnosticar câncer de forma rápida e precisa; companhias de seguros que reconhecem e avaliam de forma digital e automática danos causados a veículos; empresas de segurança que substituem senhas digitadas de modo errado por reconhecimento de voz.

5. Internet das Coisas
Muitas companhias já investem em Internet das Coisas.Fonte: PwC A internet das coisas (IoT) é uma rede de objetos físicos – como dispositivos móveis, veículos e até eletrodomésticos – incorporados a sensores, software e conectividade de rede. Além disso, “cada nó dessa teia” tem capacidade de computação que permite coletar e trocar dados, além de agir com base neles, geralmente sem intervenção humana.

6. Realidade aumentada
Muitos acreditam que a RA é uma das tecnologias mais disruptivas da indústria.Fonte: PwC A realidade aumentada (RA) é uma “sobreposição” visual ou de áudio no mundo físico que usa informações digitais contextualizadas para ampliar a visão do usuário sobre o mundo real. Por exemplo, os óculos inteligentes habilitados para a tecnologia ajudam trabalhadores de depósitos a executar pedidos com precisão; fabricantes de aviões a montar aeronaves; e eletricistas a fazer reparos. O poder de levar informações ao ponto de ação de maneira transparente e imperceptível é inegável. Essa combinação dos mundos físico e virtual está abrindo um novo campo para todas as empresas explorarem.

7. Realidade virtual
A realidade virtual receberá grandes investimentos nos próximos anos.Fonte: PwC A realidade virtual (RV) elimina as limitações logísticas. Em uma simulação gerada por computador de uma imagem tridimensional ou de um ambiente, os usuários podem recorrer a equipamento especial para interagir com a simulação de maneira realista. As indústrias de jogos e entretenimento são a prova do valor da tecnologia que está mudando o mundo com potencial para transformar muitas outras indústrias, especialmente no campo do treinamento vivencial, em que os trabalhadores podem ser colocados em situações perigosas, difíceis ou de custo proibitivo sem os riscos associados a essas atividades no mundo físico.

8. Robótica
Tendências da robótica para os próximos anos.Fonte: PwC Os robôs são máquinas com capacidade avançada de detecção, controle e inteligência, usados para automatizar, ampliar ou apoiar as atividades humanas. O mercado de robôs está pronto para crescer em uma ampla gama de aplicações de serviços, que estão transformando as operações industriais e não industriais com novos recursos que facilitam o trabalho humano em ambientes mutáveis e perigosos.

A convergência entre essas tecnologias que estão mudando o mundo
Não basta conhecer essas tecnologias essenciais, é preciso saber aplicá-las e entender como elas conversam entre si. A tendência mais importante que afeta essas oito tecnologias é a convergência delas para produzir soluções de negócios poderosas que sejam maiores do que a soma de suas partes. A próxima onda de inovação tecnológica promete multiplicar a nossa capacidade de trabalhar, de forma mais inteligente e integrada.

Entenda como vai ser a convergência entre essas oito tecnologias essenciais.

Fonte: PwC

As interfaces imersivas, por exemplo, só serão possíveis graças à união das tecnologias IA, RA, IoT, robótica e RV. Essa convergência permitirá a criação de comunicações mais naturais e sem atrito entre homem, computadores e ambientes virtuais. Elas vão utilizar atributos como toque e emoção para aproximar os usuários do mundo digital, humanizando as interações com a tecnologia.

E essa é apenas uma das seis convergências identificadas pela PwC. As outras são:
• automação da confiança – IA, blockchain e IoT;
• realidade estendida – IA, RA, IoT e RV;
• autonomia no trabalho – IA, RA, blockchain, drones, IoT e RV;
• reflexo digital – IA, RA, blockchain, drones, IoT e RV;
• redes hiperconectadas – IA, blockchain, drones e IoT.

Como a nanotecnologia irá transformar o mundo como conhecemos?
Antes de falarmos como a nanotecnologia irá transformar o mundo, é preciso entender o que é a nanotecnologia.

Nanotecnologia é o conjunto de técnicas multidisciplinares que permitem o domínio de partículas com dimensões extremamente pequenas. Essencialmente, é manipular e controlar materiais no nível atômico e molecular.

Esta manipulação da matéria se dá na escala nanométrica. Só para ilustrar: um nanômetro equivale a um bilionésimo do metro (1×10–9). Para fins de perspectiva, podemos imaginar algo como uma moeda de 10 centavos em relação ao planeta. É algo definitivamente muito pequeno.

Há pouco tempo se falava em descobertas microscópicas. Hoje, a discussão está ocorrendo em torno das inovações geradas na escala nano. O fato é que a ciência está ingressando em referenciais cada vez menores nas estruturas naturais, com a finalidade de extrair a maior quantidade de benefícios possíveis.

Com um microscópico eletrônico de varredura em mãos, os cientistas atualmente são capazes de criar novas características de partículas desde a sua origem. Com a nanotecnologia é possível, por exemplo, alterar a propriedade de moléculas para repelir a absorção de água e, com isso, construir um tecido impermeável.

Essa tecnologia pode perfeitamente ser inserida em sapatos, camisas ou calças. Você já imaginou caminhar na chuva sem se molhar? Ou não precisar limpar sua roupa de respingos de comida? Isso não somente é possível como já é uma realidade. A empresa UltraTech lançou recentemente uma série de itens nanotecnológicos:

Principais aplicações da nanotecnologia
Os compostos em escala nanométrica estão presentes em diversos produtos usados no cotidiano: band-ais, cremes dentais, bolas de tênis, cosméticos com filtro solar, preservativos, bebedouros e secadores de cabelo.

A nanotecnologia está trazendo consigo a possibilidade de uma verdadeira revolução em nossas vidas. E inegavelmente, o que é mais surpreendente: tudo isso está acontecendo sem que muitos de nós consiga perceber.

As aplicações da nanotecnologia, principalmente no que diz respeito aos nanorrobôs e nanomáquinas, são quase infinitas. Em resumo, o futurista Peter Diamandis elenca aquelas que, em sua visão, serão concretizadas nos próximos anos. Selecionamos quatro delas que possuem o potencial de transformar o mundo como o conhecemos:

1. Tratamento de câncer

Nanorrobôs e nanomáquinas injetáveis poderão acessar nossa corrente sanguínea para identificar e destruir células cancerosas com mais precisão e eficácia. Em síntese, imagine quantos pacientes com câncer poderão ser curados e quantas vidas poderão ser salvas com a utilização de nanotecnologia no futuro.

2. Materiais superfortes e ultrarresistentes

Hoje, diversas pesquisadores se dedicam a estudar os chamados metamateriais, que são materiais artificiais modificados para adquirir propriedades desejadas que não existem na forma natural. Aliás, uma equipe da Caltech desenvolveu compostos em nanoescala extremamente leves e, ao mesmo tempo, ultrarresistentes. Em síntese, imagine o emprego dessa tecnologia em veículos que não se destruíssem nas colisões, reduzindo o número de mortes decorrentes de acidentes de trânsito em todo mundo. Ou mesmo imagine a possibilidade de desenvolver materiais ultrarresistentes para residências, que suportassem as adversidades da natureza sem desabar.

3. Esponjas oceânicas

Um estudo publicado na revista IOP Publishing apresentou uma esponja de nanotubos de carbono capaz de absorver contaminantes de água, como fertilizantes, pesticidas e produtos farmacêuticos com muito mais eficiência do que as tecnologias anteriores. Em resumo, imagine os impactos dessa tecnologia no futuro. Imagine a possibilidade de utilizá-la em mares, rios e oceanos para promover um ambiente mais limpo para a fauna marinha.

4. Sensores de saúde

No futuro, nanorrobôs seriam capazes de monitorar nossa saúde, nosso sangue e nossos batimentos cardíacos. As nanomáquinas nos notificariam sempre que algo estivesse errado ou fora do controle. Seriam ainda capazes de detectar alimentos estragados, inflamações em nosso corpo, e muito mais. Aliás, imagine a possibilidade de ter uma vida mais longeva e com mais saúde.

O poder da nanotecnologia
Em síntese, longe de ser mera promessa futurística, a nanotecnologia tem enorme potencial para resolver alguns dos maiores problemas que o mundo enfrenta hoje.

Só para ilustrar: a nanotecnologia não apenas poderá melhorar o desempenho humano, como poderá trazer o desenvolvimento sustentável de materiais, água, energia e alimentos e nos proteger contra bactérias e vírus desconhecidos.

O mercado de produtos nanotecnológicos movimenta cerca de US$ 350 bilhões. E a estimativa é de que o patamar alcance US$ 1 trilhão até o ano de 2018.

Enfim, e esse é apenas o começo de uma nova era. O início de um mundo de infinitas oportunidades para todos.

O que esperar do 5G?
A implementação da tecnologia 5G no Brasil e no mundo já está promovendo grandes mudanças na relação entre seres humanos, máquinas e internet. A grande dúvida é: como funciona, de fato, a conexão 5G?

O termo “5G” já não é mais novidade para ninguém hoje em dia. Todos (ou quase) já sabem que se trata da 5ª Geração de redes moveis, ou seja, a evolução do “4G” lançado no Brasil no final de 2012.

Porém, os avanços que esta tecnologia irá trazer e as inovações que estão por vir junto à sua implantação são muito menos conhecidos. Não se trata de uma simples evolução técnica do 4G com apenas um incremento de velocidade de download / upload. O 5G tem o poder de revolucionar a maneira com a qual vivemos e trabalhamos. Alguns até falam que a tecnologia irá habilitar a 4ª revolução industrial com um potencial de contribuição no PIB mundial 2020-2035 equivalente ao tamanho da economia da Índia (5ª potência econômica mundial em 2019 com PIB de $USD 2.8 tri).

Mas de forma concreta, quais serão os avanços tecnológicos do 5G(*)?

1 – Avanços tecnológicos do 5G vs 4G
• Uma velocidade que pode atingir até 10 Gbps nos picos (contra 100 Mbps atualmente
• Uma latência reduzida para 1 ms (contra 10-20 ms hoje) com alta confiabilidade (99.999%). A latência é a demora entre uma solicitação de dados (ex.: um usuário clica no link de um determinado site) e o recebimento no dispositivo (ex.: a página do site começa a ser exibida)
• A possibilidade de ter um maior volume de dispositivos conectados à rede para uma mesma área com um potencial de 1 MM dispositivos / km2 (contra ~100 k atualmente)
• Uma redução do consumo de energia em função da inteligência e das capacidades de otimização de uso das redes 5G
• Uma maior capacidade de tráfego de dados para uma determinada área podendo chegar a 10 TB / s / km2
• A habilitação do Network Slicing: com a virtualização das redes móveis – fundamental para o 5G – as operadoras poderão “fatiar” de forma inteligente a rede e suas capacidades (velocidade, latência, etc…) para priorizar determinados segmentos de atividade (ex.: hospitais, indústria, etc…), clientes ou até aplicações específicas (*) Os valores descritos para cada dimensão são valores máximos. Esses máximos não podem ser atingidos todos simultaneamente uma vez que existe uma influência / impacto das dimensões entre elas.

2. QUE TIPO DE APLICAÇÕES PODEMOS ESPERAR?
O aumento da velocidade, da conectividade, da capacidade de tráfego e a baixíssima latência oferecidos pelo 5G abrem caminho para novas gerações disruptivas de aplicações e serviços.

Os casos de uso decorrentes da implementação da tecnologia costumam ser classificados em 3 grandes categorias:

Massive IoT (MIoT) que corresponde às aplicações baseadas no uso massivo da Internet das Coisas (IoT), ou seja, envolvendo milhões de dispositivos autônomos e conectados utilizados para monitorar ou executar determinadas tarefas. Essa classe provavelmente possui o maior potencial de mercado a médio prazo com:
o O desenvolvimento crescente da indústria 4.0 e a automação em grande escala de linhas de produção.
o A implementação de Smart Cities: essas cidades, pilotadas por inteligência artificial, serão capazes de monitorar e gerir o trânsito para uma maior fluidez e limitar as emissões de CO2, reduzir o consumo energético com iluminação inteligente, gerir automaticamente as vagas de estacionamentos e a recarga de veículos elétricos, aumentar o nível de segurança dos cidadões (ex.: com detecção de assaltos por câmeras), etc…
o A digitalização do agronegócio (um dos raros setores em crescimento constante que não foi impactado pela crise de coronavirus). Um piloto realizado no Reino Unido no ano passado permitiu automatizar por exemplo a coleta de leite em uma fazenda, equipando as vacas leiteiras com dispositivos inteligentes capazes de abrir as portas de uma ordenhadeira robotizada e acionar o sistema assim que as vacas entrem (vídeo: https://www.reuters.com/video/watch/idRCV006KZW).
o No universo B2C, o desenvolvimento de serviços / produtos de Smart Home para controle e gestão remota dos elementos da casa (como temperatura, luzes, fechaduras, geladeiras inteligentes, etc…) ou ainda serviços de Home Care com o monitoramento remoto de pacientes doentes ou idosos com medição de sinais vitais e alertas automáticos.

Ultra Reliable Low Latency Communications (URLLC) que engloba as aplicações que possuem como pré-requisito uma latência extremamente reduzida. Dentro dessas, se destacam:
o As aplicações de “missão crítica” como por exemplo cirurgias remotas (nas quais o cirurgião manipula um robô a distância para operar o paciente), carros autônomos (*), etc… que devem demorar um pouco para se expandir no mercado pela complexidade de implementação. A autonomia dos carros em que está em discussão aqui vai muito além da capacidade do veículo estacionar sozinho (o que já existe hoje) pois trata-se de embarcar um verdadeiro piloto automático, capaz de levar o usuário de um ponto A até um ponto B sem nenhuma intervenção humana e qualquer seja o tipo de rota a ser utilizado (rua, avenida, estrada, etc…).
o As aplicações baseadas em realidade virtual e realidade aumentada, beneficiando por exemplo o mundo da educação, do gaming, os sistemas navegacionais (ex.: GPS holográficos), o streaming de eventos ao vivo (imagina-se acompanhando um jogo do seu time de futebol favorito como se estivesse na grama do estádio), etc…

Enhanced Mobile Broadband (eMBB) que contempla as aplicações viabilizadas por uma maior velocidade e/ou capacidade de tráfego de dados, que serão provavelmente as primeiras a nascer no mercado por serem as menos complexas e críticas. As mais famosas são:
o O streaming de vídeos de altíssima resolução (ultra HD).
o O Smart Venue (altas conectividade e capacidade de tráfego durante os eventos que agrupam dezenas / centenas de milhares de pessoas em um mesmo lugar).
o O Fixed Wireless Access (uso de um modem 5G para conectar uma casa ou empresa à internet em alta velocidade, principalmente nas áreas de baixa cobertura de fibra e outras tecnologias de banda larga fixa como as áreas rurais por exemplo).

Em resumo, para a sociedade em geral o 5G irá acelerar a transformação digital das cidades, casas, escolas, transportes e sistemas de saúde, alavancando inúmeros produtos e serviços inteligentes para melhorar nossa qualidade de vida e segurança.

Já para as empresas e em particular as indústrias, o 5G combinado com IoT irá habilitar tremendas oportunidades de eficiência com automações e grandes volumes de dados. Esses dados, com uso ampliado de analytics e inteligência artificial, permitirão gerar novos insights para guiar as estratégias e alavancar reduções de custos.

Porém cabe salientar que os casos de usos descritos acima ainda ficam – para a maioria deles – na esfera conceitual e alguns podem depender de mais de um requisito (o que significa que as fronteiras entre as categorias de aplicações são permeáveis).

(*) Nesse momento o desenvolvimento de carros autônomos não depende – e não pode depender obviamente – da disponibilidade e da cobertura 5G. Os fabricantes já estão trabalhando com as tecnologias atuais (4G, WiFi e sensores) para desenhar os primeiros carros autônomos. No futuro, quando a cobertura não será mais um problema relevante, é possível que o 5G se torne a tecnologia de base desses mecanismos de direção autônoma, simplificando o funcionamento e talvez reduzindo o custo de fabricação.

CONCLUSÃO
O 5G tem o potencial de revolucionar nossa sociedade na maneira com a qual vivemos e trabalhamos, trazendo cada vez mais conveniência e qualidade de vida. Para as empresas e indústrias o ganho será pautado em competitividade de mercado e novos negócios com uma aceleração drástica da transformação digital.

Porém, na nossa visão, a transição do mundo atual para a era 5G será bem mais complexa do que as gerações anteriores para as operadoras. De fato, elas precisarão realizar esforços gigantescos (financeiros, operacionais e organizacionais) sem ter clareza do futuro nem garantia de retorno sobre seus investimentos.

Por isso entendemos que, para fazer com que essa mudança seja um sucesso, as telcos devem desde já procurar definir uma estratégia futura de negócio e de posicionamento firme e clara e priorizar os investimentos em função. Acreditamos que seja de suma importância que elas avaliem também quem poderiam ser seus parceiros mais valiosos no ecossistema do amanhã, olhando inclusive para seus próprios clientes.

Afinal o 5G não trata de uma disrupção somente tecnológica, mas também de toda a estrutura do mercado de telecomunicações.