Ciclos de mudança

Desde que comecei minha jornada de autoconhecimento, tenho aprendido sobre a teoria dos ciclos de sete anos. Você já ouviu falar dela?

A teoria dos septênios nos ajuda a compreender essa condição cíclica da vida e faz parte de um conceito maior chamado antroposofia, uma linha de pensamento criada pelo filósofo Rudolf Steiner, que afirma que o ser humano tem de conhecer a si mesmo para conseguir entender o Universo. Essa teoria foi elaborada a partir da observação do ritmo da natureza, em que todos estamos inseridos e do qual todos fazemos parte.

Como você já deve imaginar, septênio é uma medida de tempo contada de sete em sete anos. Segundo os estudos, esse intervalo se refere ao tempo que levamos para adquirir e absorver os conhecimentos necessários de uma determinada fase para, então, partir para uma próxima, com novos desafios. Para facilitar o entendimento, os septênios podem ser divididos em três grandes fases: De 0 aos 21 anos: são chamados de “septênios do corpo”. É o ciclo do amadurecimento físico e da formação da personalidade. Dos 21 ao 42 anos: são denominados “septênios da alma”. Passamos pelas experiências básicas da vida, entramos na sociedade e temos de fazer escolhas. Dos 42 em diante: é a fase da maturidade. Depois de aprendermos com nossas escolhas, estamos prontos para viver com mais sabedoria e espiritualidade.

Tenho pensado bastante sobre os ciclos da minha vida, e fica bem claro como 2019 tem sido um ano de fechar muitas coisas que começaram em 2012. Uma delas, o meu primeiro livro, A Menina do Vale.

Recentemente, estava conversando com alguém e lhe sugeri que escrevesse um livro para inspirar outras pessoas. Então, ela disse que não tinha como escrevê-lo, uma vez que muda a cada dia e, ao deixar seus ideais escritos de forma permanente, seria como “cristalizar” aquele conteúdo a ela. Assim, se uma pessoa decide ler seu livro dias ou anos depois da data de publicação, provavelmente aqueles antigos pontos já não se aplicam a quem a autora é.

Então, compartilhei com ela um exercício que faço. Com certa frequência, costumo ler meus livros e textos que escrevi no passado e reviso cada um deles, inserindo aprendizados e vivências que obtive nos meus últimos anos. Grande parte do conteúdo que escrevi há anos ainda age como uma base que se aplica ao modo como enxergo a vida e vivo hoje.

Acredito que, independentemente do ciclo que você esteja vivendo, os desafios de cada pessoa são únicos e, de certa forma, exatamente o que cada um necessita aprender no momento. Estamos em constante transformação, portanto, o segredo é aproveitarmos a jornada e sempre aprendermos com as lições da vida.

DICA DO MÊS
Dan Harris era um jornalista promissor da rede de televisão americana ABC News, mas a obsessão pelo trabalho, a autocrítica exagerada e a extrema competitividade o levaram a um ataque de pânico ao vivo, diante de milhões de telespectadores. A partir dali, ficou claro que algo precisava mudar – e ele embarcou em uma inesperada jornada através do mundo da espiritualidade.