
Reprodução/Internet
A alimentação durante a infância exerce um papel determinante no crescimento, desenvolvimento e formação de hábitos que acompanharão o indivíduo ao longo da vida. Em um cenário em que o consumo de alimentos ultraprocessados cresce entre as crianças brasileiras, a lancheira escolar surge como um ponto de atenção — e de oportunidade — para promover saúde e educação alimentar desde os primeiros anos.
O papel da lancheira na saúde infantil
Com a rotina atribulada das famílias modernas, preparar lancheiras saudáveis pode parecer um desafio. No entanto, é justamente nesse momento que se consolidam comportamentos alimentares duradouros. Estudos indicam que crianças expostas a uma alimentação variada, rica em frutas, vegetais e preparações caseiras têm menor risco de desenvolver doenças crônicas na vida adulta, como obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão.
Segundo o Ministério da Saúde, 33,3% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos estão com excesso de peso. Esse dado reforça a necessidade de ações preventivas no ambiente escolar e no contexto doméstico — e a lancheira é um elo direto entre os dois.
Montagem de lancheiras práticas, nutritivas e atrativas
Para ser bem-sucedida, a lancheira precisa aliar três fatores: nutrição, praticidade e apelo visual. Abaixo, apresentamos orientações essenciais para pais, cuidadores e escolas:
1. Composição equilibrada
- 1 fonte de energia: pães integrais, bolos caseiros sem açúcar refinado, biscoitos de aveia.
- 1 fonte de proteína: ovos cozidos, queijos pasteurizados, iogurte natural, pastinhas de grão-de-bico.
- 1 fruta ou vegetal: maçã, banana, uvas (cortadas para segurança), cenoura baby.
- 1 bebida saudável: água, água de coco ou sucos naturais sem adição de açúcar.
2. Atenção à conservação
É essencial usar bolsas térmicas e potes herméticos para manter a segurança dos alimentos, especialmente proteínas e laticínios. Isso evita intoxicações alimentares e preserva o sabor.
3. Criatividade na apresentação
Crianças comem com os olhos. Cortadores divertidos para frutas, espetinhos coloridos e lanches temáticos tornam a refeição mais atrativa, incentivando o consumo de alimentos naturais.
4. Participação da criança
Incluir a criança na escolha e montagem da lancheira aumenta o interesse e promove autonomia alimentar. Permitir que ela selecione entre duas frutas, por exemplo, já é um começo.
Parcerias com escolas: um caminho estratégico e educativo
A construção de hábitos alimentares saudáveis não deve recair apenas sobre as famílias. As instituições de ensino têm um papel essencial como agentes formadores. Parcerias entre nutricionistas e escolas podem ampliar significativamente o alcance da educação alimentar e nutricional.
Projetos que funcionam:
- Oficinas culinárias infantis com foco em receitas saudáveis.
- Semana da alimentação consciente, com atividades interativas.
- Capacitação de professores e funcionários, para reconhecimento de sinais de má alimentação e promoção de hábitos positivos.
- Campanhas visuais nos corredores, com personagens lúdicos que ensinam sobre frutas, legumes e a importância da hidratação.
Resultados observados:
Escolas que adotaram políticas de alimentação saudável relataram maior interesse das crianças por alimentos naturais, redução de consumo de produtos ultraprocessados e melhora na concentração e no desempenho escolar.
Um esforço coletivo e necessário
Promover alimentação saudável na infância exige um esforço conjunto entre famílias, profissionais da saúde e instituições escolares. A lancheira escolar não é apenas uma refeição intermediária do dia — ela é uma ferramenta de educação, afeto e saúde preventiva. Investir em lancheiras nutritivas e estabelecer parcerias com escolas para projetos educativos pode ser o passo mais eficiente rumo a uma geração mais saudável e consciente.
Dra. Thalita Cardoso
CRN3: 55355
Site: www.geracaoprime.com.br
Instagram: @nutri.thalitacardoso
E-mail: contato@geracaoprime.com.br