A lagarta e a borboleta

"Sinais dos tempos: o WhatsApp enviado pelo amigo tem mais crédito do que a pesquisa científica de um Prêmio Nobel"

imagem: Ilustrativa

A pandemia do Covid-19 veio amplificar o melhor e o pior que existe em cada um, também nas empresas e na sociedade. Enquanto os profissionais de saúde se dedicam abnegadamente, e muitos perdem a própria vida, salvando as vítimas da doença, outros, sem o mínimo de empatia, escorraçam na rua esses mesmos profissionais com receio de serem infectados.

O surto veio também exacerbar o culto da ignorância em tempos em que, paradoxalmente, nunca houve tanto conhecimento disponível. O WhatsApp enviado pelo amigo tem mais crédito do que a pesquisa cientifica de um Prêmio Nobel. E muitos que evocam a ciência como dogma, ignoram que um dos princípios do conhecimento cientifico é a refutabilidade, ou seja, que só é cientifico o que resiste a todos os questionamentos. Por isso é tão confiável.

O achismo, o radicalismo ideológico, e a polarização que alimentam as rixas de “fla flu” nas redes sociais, incluindo as discussões sanitárias e econômicas, não têm qualquer confiabilidade cientíica, e muitas vezes são falácias que confundem a opinião pública. Estamos na maior encruzilhada das nossas vidas! Assolados por uma crise sanitária global sem precedentes e pela maior crise econômica mundial dos últimos cem anos.

Pandemia longe do fim
Ninguém vai conseguir resolver nada sozinho, e muito menos uns contra os outros. No entanto, “nenhum país vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil’, como disse recentemente o vice-presidente General Mourão. Muitos fazem como o avestruz, ignoram a magnitude da pandemia ou da crise econômica e defendem soluções avulsas e precárias de consequências catastróficas.

O Brasil tem a vantagem de poder aprender com os bons e maus exemplos dos países que sofrem a pandemia há mais tempo. Países como os EUA, Reino Unido e Suécia, que aderiram tardiamente ou flexibilizaram prematuramente o isolamento social, registraram maior número de vítimas e tiveram de paralisar a economia durante mais tempo do que países que fizeram o contrário como Portugal, República Tcheca, Áustria e Noruega.

Alguns acreditavam que a imunidade de rebanho iria controlar a pandemia depois do pico, mas a experiência da Itália e da Espanha, que hoje têm, respectivamente, apenas 3,5% e 5% da população imune, mostram que essa não é a solução. Por isso, teremos de assumir que vamos conviver durante muito mais tempo, e de forma muito mais cautelosa, com o coronavírus do que a maioria ainda imagina.

Nada será como antes
A questão não é optar entre a saúde e a economia, porque o agravamento da crise sanitária tem consequências econômicas extremamente nefastas, assim como o deterioramento da ecomomia pode agravar dramaticamente a saúde pública. Quem julga que a solução desta tragédia depende de uma canetada do Poder Público, que pode voltar tudo ao que era antes, está condenado, porque nada será como antes.

Porém, felizmente, mais de 60% de empresas brasileiras, segundo o MIT, já entenderam que estamos entrando em uma nova economia irreversível, a economia “low touch” (com distanciamento social), e que os vencedores serão aqueles que já começaram uma transformação profunda e disruptiva dos seus modelos de negócio e de gestão, alinhados com a nova economia. Até a lagarta mais repugnante um dia entendeu que para sobreviver teria de se transformar em borboleta. E essa borboleta pode ser deslumbrante!

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