A China – Parte 1

foto: Divulgação

Dos mais de cinquenta países que visitei ao longo da última década, aquele que mais me chocou quanto à rapidez de mudanças foi a China. Por muito tempo, os produtos Made In China eram vistos como baratos e de baixa qualidade. Agora, muito mudou em relação à qualidade dos produtos e serviços, há inovação no que se produz.

A vida na China não é fácil, até porque, com cerca de um bilhão de pessoas no mercado de trabalho, uma grande competição pela sobrevivência diária se torna natural. Todo mundo está se provando um dia atrás do outro e, a cada momento, existe alguém pronto para tomar o seu lugar.

Além disso, o governo é soberano e determina diversos aspectos da vida das pessoas, com censura a vários produtos e serviços do ocidente, como as redes sociais. Some-se a isso o fato de que durante décadas houve, por parte do governo, controle de natalidade em que a cada família era permitido ter apenas um filho. Com isso, é grande o número de filhos únicos, cujos pais e avós pouparam o que puderam para que essa pessoa vencesse na vida.

No final, o desespero por agarrar as oportunidades que existem no agora, e a necessidade de se adaptar focando no mercado interno, que é gigantesco por si só, acabou por treinar o olhar do país para saber lidar com mudanças e criar soluções globais.

A cidade mais impressionante que visitei na minha vida é Shenzhen, que, em 1980, se tornou a primeira zona econômica especial da China, na época com cerca de trinta mil habitantes. Menos de trinta anos depois, havia mais de doze milhões de pessoas morando em Shenzhen. A história de ambição da área é simpática e até mesmo romântica, já que de lá eles avistavam Hong Kong, área bem rica, e sonhavam em um dia ser também uma cidade muito desenvolvida.

Na prática, isso levou as pessoas a trabalhar muito e a pensar grande.

Uma das empresas que visitei foi a 3Nod, uma gigante que produz desde aplicativos até hardware. Foi interessante observar o modo como trabalham: eles são uma OPM, original planning manufacturer. São contratados por empresas que querem fazer diversos produtos e realizam desde a pesquisa de mercado, planejamento e design, até parcerias. Isso é um modelo bem diferente de uma ODM, original design manufacturer, que desenha soluções, mas não cuida do ponta a ponta, e de uma OEM, original equipment manufacturer, que é mais técnica e focada na produção de equipamentos.

Além de inovarem nos modelos de entrega, diversas empresas estão criando produtos e soluções que mostram um futuro que já existe em diversos segmentos.

No próximo artigo, listarei algumas das coisas que mais me chamaram a atenção.

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DICA DO MÊS
O quarto caminho é um método de autoconhecimento e autotransformação desenvolvido pelo mestre espiritual Gurdjieff, no qual combina os centros motores, emocionais e espirituais para acelerar o progresso humano. No livro, ele explica em detalhes como aplicar esse caminho para atualizar a sua forma de pensar e viver e se abrir para um estado mais elevado de consciência.

Título: Em Busca do Ser, o Quarto Caminho Para Uma Nova Consciência
Autor: George Ivanovich Gurdjieff
Editora: Pensamento
Preço: R$ 29,40

*Preços pesquisados em novembro de 2018

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