Viva o Golfe | Outubro de 2023

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Nos últimos 30 dias tivemos dois dos torneios que os apaixonados pelo golfe, como é o meu caso, esperam a cada dois anos com muitas expectativas, uma vez que são os momentos que o golfe se assemelha a Copa Davis de tênis ou uma grande final de campeonato do mundo de futebol. A Solheim Cup e a Ryder Cup, torneios que envolvem os melhores jogadores dos Estados Unidos e da Europa, tanto no feminino como no masculino. A Solheim a versão feminina foi jogada na Espanha e a Ryder Cup em solo italiano. A Europa fazendo barba e cabelo, ficando com as taças do feminino e masculino, sempre causa um certo frisson, pois no papel ambas as equipes americanas são mais bem ranqueadas no mundo. No feminino quis o destino que a jogadora que fez o ponto decisivo que levou ao empate depois de 3 dias, que deixa mais uma vez a Taça com a Europa, fosse a espanhola Carlota Ciganda, que vem brilhando no LPGA Tour. E a festa em solo espanhol foi muito comemorada e a jogadora da terra ovacionada pelo público e por suas companheiras de equipe. No masculino tivemos um começo de Ryder Cup, meio surpreendente com a Europa na manhã do primeiro dia, sexta-feira 29 setembro, dando acachapante 4 a zero na equipe americana, nas tacadas alternadas (foursomes). Na parte da tarde na melhor bola (best ball) outra vitória da Europa agora por 2,5 a 1,5. Finalizando a contagem do primeiro dia em 6,5 a 1,5 a favor dos europeus.  No segundo dia, sábado 30 de setembro, de manhã nova paulada no tacada alternadas, com a Europa fazendo 3 a 1. E tendo entre os resultados, o que alguns comentaristas americanos chamaram de “humiliation moment”, a vitória de 9 a 7, aplicada pelo norueguês Viktor Hovland e o sueco Ludvig Aberg (o calouro de 23 anos), sobre os campeoníssimos Scottie Scheffler e Brooks Koepka. A maior diferença em 18 buracos nas 44 edições do torneio. Na parte da tarde veio a reação americana na melhor bola, ganhando por 3 a 1. Terminando o segundo dia de competição com a contagem de 10,5 a 5,5. Diferença muito acentuada a favor da Europa para o último dia, precisava só 4 pontos entre os 12 em jogo, mas de certa forma um pouco preocupante pois todos sabiam do forte potencial individual dos jogadores americanos e ainda, estava na mente dos jogadores a derrota histórica que haviam sofrido dois anos antes em Whistling Straits, no estado do Wisconsin, onde os Estados Unidos venceu por 19 a 9. Por isto quem só viu o resultado de 16,5 a 11,5, não sabe que o sufoco europeu só teve alívio quando no buraco 16, com um tiro excepcional o inglês Tommy Fleetwood, garantiu pelo menos o empate com o americano Rickie Fowler, e os 0,5 ponto que faltavam para eles garantirem a permanência da taça em solo europeu, conforme a regra do torneio estabelece em caso de empate, como aconteceu no feminino uma semana antes. Este foi o “turning point”, que deixou todo o time europeu eufórico e o capitão Luke Donald com lágrimas nos olhos. Um exemplo da angústia vivida no último dia, é bem refletida na frase do irlandês Shane Lowry “as últimas duas horas foram as mais estressantes da minha vida, eu podia ver que as coisas não estavam indo bem para nós”. Pois ele sendo o antepenúltimo a entrar em campo, ele acompanhava tudo o que ocorria a frente. Depois da vitória final ele e o Rory McIlroy foram os grandes comandantes da festa europeia. E ainda, mais uma vez a cruz que carrega os capitães americanos desde 1993, de não ganharem em solo europeu, vai até a Ryder Cup que será jogada na Irlanda em 2027. Muita gente comentou que foi a revanche, mas como o grande astro europeu Rory McIlroy disse, no caso dele com 4 pontos foi a redenção, ele foi muito mal dois anos atrás em solo americano.

PGA TOUR – TEMPORADA 23/24

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Apesar da temporada ter oficialmente iniciado no mês passado com o Fortinet Championship em Napa, Califórnia, vencido pelo americano Max Homa, efetivamente começa neste mês de outubro, com três torneios relevantes o Sanderson Farms Championship, em Jackson, Mississippi, o Shriners Children´s Open em Las Vegas, Nevada e o Zozo Championship em Chiba, Japão, vamos comentar os dois primeiros em função da entrega da matéria. Começando pelo Sanderson Farms, jogado entre os dias 5 e 8 de outubro, que teve o nosso Fred Biondi mais uma vez em campo, mas não conseguiu passar no corte. Tudo parecia que o americano Ben Griffin seria o vencedor pois começou o último dia com 3 tacadas a frente, e no último buraco precisava somente de um par para ganhar o torneio. Aí tivemos algo inusitado, ou melhor, que não acontecia há mais de 6 anos no PGA Tour, com o Griffin fazendo um bogey no 18, tivemos o empate de nada menos que cinco jogadores em primeiro lugar com 18 abaixo do par. O que levou todos ao play-off, vencido no primeiro buraco pelo americano Luke List, depois de embocar um putter muito longo. Ele foi o segundo a bater o putter e ficou esperando que três outros jogadores que estavam mais perto que ele, dessem suas tacadas sem sucesso. Na minha opinião o destaque do torneio ficou por conta do jovem sueco de 23 anos Ludvig Aberg, que se tornou profissional em julho último e teve uma boa presença do Ryder Cup, ajudando a Europa bater os americanos, ficando em segundo lugar levando para casa um prêmio de U$549.400. E o azar do torneio ficou por conta do americano Ben Griffin, cujo bogey no buraco 18 custou a bagatela de U$ 926.600 a menos em sua conta bancária. Na semana seguinte tivemos entre os dias 12 e 15 de outubro, Shriners Children´s Open, cujo defend Champion o jovem coreano Tom Kim, de 21 anos, iniciou o último dia como um dos líderes com 15 abaixo, depois de uma terceira volta de 9 abaixo.  E a participação especial americana Lexi Thompson, a sétima mulher a jogar um torneio na história a jogar um torneio do PGA Tour, saindo obviamente do mesmo tee que os homens. E por muito pouco, ela não fez história passando no corte, como sua compatriota Babe Zacharias fez em 1945. E para muitos como eu que achavam que ela teria dificuldade com a distância do campo, seus drives provaram que ela conseguia mandar a bola mais longe que muitos homens. Mas o nosso defend Champion Tom Kim, não decepcionou ganhando o torneio com 20 abaixo do par e fazendo um back to back. Aos 21 anos este coreano sorridente, que a todos do tour encanta pela alegria e camaradagem, teve sua 3ª vitória no Tour, mostrando um golfe muito consistente.

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