Atualmente, o total de reservas de previdência privada, segundo dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) é de R$ 817 bilhões no Brasil, o que equivale a 12,7% do PIB, considerando apenas os planos de previdência privada aberta. Para que se tenha uma ideia, essa relação é de 159,2% no Canadá, 134,9% nos EUA, 95,3% no Reino Unido e 69,6% no Chile.
Os números mostram que ainda há muito espaço para avançar em nosso País. A quantidade de participantes de planos corresponde a apenas 14,8% do total de pessoas ocupadas no Brasil, segundo o IBGE.
Conversamos com Jorge Pohlmann Nasser, Diretor-Presidente da Bradesco Vida e Previdência. Além de esclarecer dúvidas e conhecer as novidades do setor, descubra a hora certa de fazer a sua previdência privada:
Qual o tempo ideal para começar a previdência privada?
O brasileiro vivia um pouco a ilusão de que não envelheceria, pensava mais no curto prazo. Mas isso está mudando. Desde 1994, com o controle da inflação e diante do aumento da longevidade, as pessoas estão compreendendo que precisam se preparar melhor para o futuro. Muitos se perguntam: mas quando devo começar esse planejamento? A resposta vem da matemática: quanto antes, melhor. Quem começa mais cedo tem pela frente um caminho propício para a formação de sua reserva para o futuro.
Que pontos fundamentais devemos considerar na hora de começar a previdência?
O fundamental é se conscientizar de que é preciso se planejar financeiramente e dar o primeiro passo. A disciplina de reservar parte dos ganhos para o futuro é a chave para a constituição de um bom plano de previdência privada. Hoje, existem diversas opções de planos de previdência adequados ao perfil de investimento de cada pessoa e ao seu momento de vida. Sabemos que vamos viver mais. Por isso, é preciso ter a consciência de que a qualidade dessa vida adicional depende, em grande medida, do planejamento financeiro que fizermos ao longo da vida laboral.
Os desequilíbrios apresentados pelo atual modelo de previdência social no Brasil, cenário que também ocorreu em diversos países em diferentes momentos, em vista das tendências sociais e demográficas, incentivam a busca por previdência privada. Por que isso acontece?
A previdência privada auxilia o planejamento das pessoas para que mantenham o padrão de vida, ou evita que ele caia em demasia após o período laboral. É também uma forma de preparação para necessidades características dessa fase da vida em sociedades longevas, como, por exemplo, despesas com saúde.
Falando um pouco de história, qual sua avaliação sobre o atual momento da previdência privada no Brasil?
Desde que foi implantado no Brasil, o segmento de previdência privada viveu quatro ciclos bem definidos: o início da indústria, no final dos anos 70, começo dos 80, foi marcado pela preocupação com a segurança, representada pelo conceito do benefício definido, gestão pouco ativa e foco em renda fixa. Em seguida, no final da década de 90, veio a transparência, com a criação dos planos P e VGBL e tratamento tributário diferenciado. Depois, já em meados da década de 2000, a flexibilidade, com a implantação do regime tributário regressivo. Agora, vivemos uma ‘quarta onda’, caracterizada pela busca por performance e diversificação, o que exige uma gestão mais dinâmica e criativa, em especial devido ao cenário de redução acentuada das taxas básicas de juros. Dentro desse conceito, a Bradesco Vida e Previdência lançou, mais uma vez de forma pioneira, os primeiros produtos do mercado de previdência privada no modelo de plataforma completa: Portfólio Multiestratégia e Bradesco Multigestores.
Qual é o principal diferencial da nova família Bradesco Multigestores?
O principal diferencial é o modelo de plataforma completa, que permite acesso, por meio de um único plano, a gestores renomados do mercado, como Ibiúna, Truxt, Vinci, SPX e outros em fase final nde negociação, além dos fundos da Bradesco Vida e Previdência, sempre com a governança da Bradesco Asset Management (BRAM). Outra vantagem é o acesso a estratégias fechadas com valores de aplicação mais baixos e eficiência na dinâmica de gestores. É um produto voltado para quem busca investimentos com horizonte de médio para longo prazo.
Sobre o Portfólio Multiestratégia, poderia explicar as vantagens do produto?
O Portfólio Multiestratégia tem como principal vantagem permitir que o participante contrate um único plano de previdência e, por meio dele, acesse diversas classes de ativos. A gestão dos recursos é realizada de forma dinâmica pelos especialistas da BRAM, contemplando três perfis de risco: moderado, dinâmico e arrojado. Dessa maneira, o participante ganha praticidade, pois não precisa adquirir vários planos para diversificar sua carteira – o que, até então, implicava vários contratos, regulamentos e certificados. Outro aspecto relevante é que, periodicamente, as carteiras recomendadas para cada perfil de participante são rebalanceadas, sem que ele precise contratar ou modificar seu plano. Isso, graças ao modelo de asset allocation desenvolvido pela BRAM.
Como tem sido o desempenho desses novos produtos?
O Portfólio Multiestratégia, lançado há menos de quatro meses, já tem patrimônio de R$ 2,2 bilhões. Desse total, cerca de 65% correspondem a novos negócios. A rentabilidade acumulada desde o início de operação dos fundos até 6/12 atinge 128% do CDI no perfil Moderado, 154% no Dinâmico e 168% no Arrojado. Já o Bradesco Multigestores, também desde o início, possui patrimônio de R$ 492 milhões, com rentabilidade acumulada de 52% do CDI no segmento prime e 56% do CDI no segmento Private. A Bradesco Vida e Previdência possui hoje R$ 220 bilhões de reservas e mais de 2,8 milhões de clientes em Previdência Privada.
SETE PASSOS PARA ESCOLHER UM PLANO DE PREVIDÊNCIA
• Entender o que é um plano de previdência;
• Definir o objetivo do plano;
• Definir o tipo de incentivo fiscal;
• Definir o regime tributário;
• Taxa de administração: a mais baixa nem sempre indica um fundo melhor;
• Definir forma e periodicidade de contribuição;
• Reavaliar periodicamente seu plano.
ENTENDA A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Durante um longo período, manter o padrão de vida depois da aposentadoria no Brasil não chegava a ser um problema para quem tivesse acumulado alguma renda excedente durante os anos produtivos, principalmente devido ao retorno proporcionado pelas elevadas taxas de juros da economia. Mas a realidade atual é bem diferente. Convidamos Vinicius Cruz, Diretor de Investimentos do Grupo Bradesco Seguros, para explicar a importância da educação financeira. Confira:
Por que devemos pensar em educação financeira?
Hoje, quem quiser garantir qualidade de vida no futuro precisa estar mais atento às opções para a composição de seu portfólio financeiro. A expectativa de viver mais faz toda a diferença. O brasileiro, em média, vive 30 anos após se aposentar. Viver mais é bom, claro, mas também tem um custo. Atualmente, o brasileiro não pode contar somente com a aposentadoria da previdência social. Além disso, viu ficar para trás o ganho com os juros altos e tem dificuldades para alugar aquele apartamento que eventualmente lhe assegurava uma renda extra. Ao ficar com o imóvel vago, tem de arcar com despesas de manutenção como taxa de condomínio, impostos etc. Em situações adversas, é importante as pessoas se conscientizarem da necessidade de realizar um planejamento financeiro consistente com a expectativa, a realidade e a capacidade contributiva de cada um.
Fatores como as citadas dificuldades de negociação ou locação no mercado imobiliário, no qual muitos investidores costumavam buscar proteção, somados à queda dos juros, indicam a urgência da adoção de uma estratégia alternativa. Qual seria?
A estratégia alternativa é a previdência privada. Em geral, quanto mais jovem for o participante, maior pode ser a fatia alocada em ativos financeiros com perfil mais arrojado, pois a volatilidade inerente a esses investimentos acaba sendo atenuada ao longo do tempo.
Qual é a importância do planejamento financeiro ao longo da vida?
Destaco a importância da educação financeira como instrumento indispensável à percepção das mudanças do cenário econômico, nem sempre tão evidentes, por ocorrerem no decorrer dos anos. O que poderia ser um grande negócio em tempos de incerteza quanto à inflação, hoje talvez não valha a pena. Imobilizar um capital que seria a sua fonte de renda no futuro pode representar um risco que, mesmo um investidor de perfil mais arrojado, não queira correr.
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