Os que não fazem e não deixam fazer

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Há pessoas que não fazem e não deixam os que querem, fazer. Elas criticam tudo, acham erros e colocam obstáculos em qualquer situação. Não conte com elas. Elas não fazem nada e, o que é ainda pior, se esforçam para que as coisas não aconteçam.

Conheço administradores, públicos e da iniciativa privada, que têm como característica principal não fazer e não deixar fazer. Colocam dificuldades, empecilhos, motivos esdrúxulos, enfim, toda forma de desculpa para não realizar e impedir os que querem agir. São administradores paralisados e paralisantes. Tudo impedem, tudo acham melhor esperar, tudo postergam e para tudo pedem “muito cuidado”.

Não sei bem o motivo, se pelo medo de enfrentar as consequências que qualquer ação com certeza traz, ou por pura preguiça, esses gestores são enormes focos de desalento entre os colaboradores e acabam gerando um clima geral de desmotivação na organização, seja ela pública ou privada. Sua inércia se espalha como um vírus e o “não fazer” fica sendo a regra geral.

A maioria dos administradores que estudei tem em comum querer fugir de qualquer responsabilidade ou comprometimento. Passam semanas e meses analisando exaustivamente uma situação e nunca decidem, a não ser por não fazer, não permitir, não comprar, enfim, deixar como está.

Como eles não se envolvem com a ação e têm consciência disso, impedem que outros ajam com medo de que as ações deem certo e que quem as fez apareça, seja elogiado e considerado melhor que eles. Esses administradores não correm riscos, porque são medrosos, e até covardes, e querem apenas manter seus cargos, funções e privilégios intactos. Não fazendo e não deixando fazer, tudo fica como está e a culpa será sempre de alguém externo – a crise, a lei, o mercado, os concorrentes, o Ministério Público, etc.

Só não erra quem não faz. E essas pessoas, com medo da crítica, com o seu eterno “ficar em cima do muro”, preferem o conforto de uma gestão medíocre a um protagonismo dos verdadeiros líderes que os empurra para a ação, para o testar, para o permitir, para o acreditar, para o sim, em vez do não, enfim, para o fazer consciente e consequente que sabe que toda unanimidade é burra e que sempre haverá riscos para aquele que faz e permite o fazer.

É claro que não sou contra planejamentos, análises, pesquisas e estudos. Sou contra a paralisia pela análise, pela pesquisa, pelo estudo, principalmente no mundo empresarial. Muitas vezes, as empresas e pessoas colocam condições ideais demasiado distantes da realidade concreta, e assim vivem paralisadas.

O Padre francês Lebret, economista, dizia “mais vale se sujar um pouco andando, que morrer sentado”. Alguns, com medo de agir, estão morrendo sentados enquanto o mundo se desenvolve.

foto: Divulgação

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