Entre as dinâmicas pouco saudáveis, desenvolvidas nos relacionamentos, há uma em particular, bastante recorrente e danosa para a vida a dois. Isso acontece quando a mulher estabelece uma relação, em que o papel de mãe sobrepõe o papel de esposa. Normalmente, a vida da mulher é muito agitada, a maioria trabalha fora, cuida dos filhos, administra a casa, tem uma rotina corrida, e ainda arranja tempo para decidir o que o seu companheiro vai vestir para trabalhar, chegando a organizar a agenda dele. Veja se você se identifica com alguma dessas situações: ”Amor, já fiz sua mala; vem comer que já está no prato; vou marcar uma consulta para você; já ajustei o despertador, deixa que eu te acordo; você precisa de camisas novas, vou comprar; você comeu direito antes de ir? já falou com a sua mãe?”.
Algumas mulheres se recusam a admitir, mas a verdade é que muitas exageram e acabam se transformando em mãe do próprio marido. E importante cuidar de quem a gente ama, mas é preciso ter atenção, para que o instinto maternal e o excesso de cuidados, não se transformem em um inimigo, que venha abalar o relacionamento, principalmente a paixão, a libido e o sexo. Os Parceiros não devem confundir seu papel na relação. Gestos de cuidado fazem parte de todo relacionamento, porém, naturalizar o papel de mãe é um caminho sem volta. Ao confundir a função entre companheira e mãe, o prejuízo não é só a exaustão de uma das partes, mas é provável que o casal perca o referencial sexual do parceiro.
Fomos criadas em uma cultura, onde a mulher foi educada para servir, às vezes sem perceber. Afinal, o papel feminino sempre foi associado ao cuidado. Observe que meninas de três anos, cuidam de suas bonecas como se fossem bebês de verdade e acabam levando esse dever por toda vida.
A mulher que trata o parceiro como filho, provavelmente adquiriu responsabilidades muito cedo e não experimentou ser cuidada ou não teve devido afeto, e na maioria das vezes se sente responsável para que o outro não se frustre. Isto afeta a estrutura do relacionamento, pois uma relação sem admiração, faz predominar a figura paternal ou maternal, deixando de ver o outro como parceiro, num contexto onde a admiração é essencial para que um casal continue sendo um casal. Afinal, filhos não têm atração sexual por suas mães.
Os apelidos que acabam com o erotismo.
Embora existam casais que gostam de chamar o parceiro de ‘pai’ e a parceira de ‘mãe’, este comportamento pode ser prejudicial para a relação. Quando os filhos nascem, marido e mulher começam a tratar-se pelo papel que mais associam um ao outro, o de pais. Este tipo de relação conduz o casal a um processo que desestimula o erotismo, visto que, para relação para ser boa, os papéis devem estar bem definidos, fortalecendo a conjugalidade.
Como alterar essa realidade a maneira mais simples de alterar o padrão é adquirir consciência para que fique bem claro, que a relação maternal e paternal não cabe no relacionamento. A primeira coisa a fazer é procurar um diálogo claro e objetivo que não acabe em uma famosa DR (Discussão sobre o Relacionamento), mas sim, sobre como vocês se relacionam no dia-a-dia, percebendo atitudes que não são compatíveis com um casal que prioriza a própria sexualidade. Se não conseguir, a terapia é o caminho, para você ter ciência do que faz, entender o que é cuidado com o parceiro, o que é saudável para a relação, e de onde vem a necessidade de cada um.
Ficou com dúvida, estou aqui e posso te ajudar.