Melhor época do ano

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Escrever matérias sobre golfe tem sido um prazer mensal, há mais de vinte anos, mas existe dois momentos que este prazer é redobrado, quando escrevo logo após o Master em Augusta e o The Open Championship na Escócia, pois esses dois torneios ícones do mundo golfe sempre trazem mais que glamour. E este ano já ocorreu com o Master que voltou ao seu mês de abril tradicional, com a brilhante vitória do japonês Hideki Matsuyama, agora não ficou atrás com a vitória no The Open de 2021, do jovem americano Colin Morikawa. Mas antes eu quero abordar um assunto que volta a preocupar alguns clubes e nós amantes do golfe, que são os tradicionais torneios interclubes com handicap, modalidade que é praticada em quase todos os países onde o golfe existe. A volta aos torneios pós quarentena, trouxe de volta uma velha situação, que é a utilização de jogadores, ex-profissionais e ou ex-scratches, disfarçados em jogadores de handicap em torno de 15. Li dia desses num site escocês, a reclamação muito forte de um presidente de clube e o seu capitão, que alguns dos sócios do clube estavam forçando a diretoria cancelar a participação deste clube centenário no interclubes da Escócia, porque em algumas etapas jogaram contra equipes, e foram massacrados, que montaram seus times utilizando estes ditos “jogadores”. Agora recente vi esta mesma discussão aqui entre nós, o que é lamentável. Os interclubes sempre foram torneios de muita disputa, mas que sempre teve como o maior objetivo o congraçamento entre clubes e jogadores dos mais diversos lugares. Mas não podemos admitir que uns ditos “espertos” acabem com esta modalidade tão querida, mas fica difícil admitir que um handicap 15 consiga jogar algumas vezes dois ou três acima do par gross, nesses torneios ano pós ano. Aqui como na Escócia ou em qualquer outro lugar, os clubes têm de montar equipes competitivas, mas dentro de princípios éticos, e as Federações e os seus órgãos técnicos têm o dever e a obrigação, de coibir exemplarmente estas ocorrências. E como comentou o capitão do clube na revista, os personagens que participam dessas ciladas, quase sempre são os mesmos e contumazes. O golfe amador e o grande incentivo aos novos jogadores, passa obrigatoriamente por disputas limpas e dentro das regras. O golfe cresceu muito durante a pandemia, mas precisa para sua perpetuidade, tem que manter as tradições de jogo fair, onde integridade e respeito seja sua base principal.     

LPGA Tour 

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A temporada do golfe profissional 20/21, está sensacional e há meses venho comentando sobre isto, tanto no masculino como no feminino. O destaque do LPGA no último mês, a meu ver fica por conta das equipes campeã e vice, do torneio de duplas no Dow Great Lakes Bay, no Midland Country Club, em Midland, Michigan. A vitória das irmãs Tailandesas Ariya Jutanugarn e Moriya Jutanugarn, cujo apelido em casa é Mo e May, as transformaram na dupla M&M, com 24 abaixo par foi tão inconteste, que a dupla que chegou em segundo, jogando 21 abaixo, formada pela também Tailandesa Jasmine Suwannapura e a americana Cydney Clanton, que eram as defending Champion do torneio, declarar que elas se sentiam vitoriosas, pois tinha jogado um grande torneio. E aos sorrisos no buraco 18 do último dia, cumprimentaram a dupla M&M, pelo extraordinário resultado. Este é espírito do golfe!

PGA TOUR

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Antes de falar sobre a brilhante vitória do Colin Morikawa no The Open, este mês tenho que comentar a vitória do jovem australiano de 26 anos, Cameron Davis, no Rocket Mortgage Classic, em Detroit, num play-off que contou com o americano Troy Merrit e o jovem chileno Joaquin Niemann. Joaquin quase conseguiu um feito extraordinário que seria ganhar o torneio sem fazer um único bogey, mas por infelicidade no primeiro buraco do play off, acabou ficando de fora da morte súbita, que acabou levando mais cinco buracos, para se definir a favor do australiano, que demonstrou um enorme poder mental. Os amantes do golfe, como eu, curtiram muito. Mas vamos ao The Open, que neste ano teve uma quebra de recorde histórico para os primeiros 36 buracos, com o sul-africano Louis Oosthuizen jogando 11 abaixo o par em dois dias. Louis liderou os três primeiros dias, mesmo sendo um ex-campeão do torneio, e indo para a última volta com a vantagem de 1 tacada sobre o americano Colin Morikawa, não conseguiu repetir as voltas anteriores e acabou em terceiro lugar com menos 11 abaixo ao par em companhia do espanhol John Hahn. Morikawa venceu o torneio com 15 abaixo ao par, deixando em segundo o seu compatriota Jordan Spieth, um também ex-campeão do The Open, que terminou com 13 abaixo ao par. O impressionante é que Colin aos 24 anos, iguala um feito de Tiger Woods, ao ganhar o seu segundo major abaixo da idade de 25 anos, e em apenas oito participações. Alguém comentou que ele lembrou o instinto e os ferros matadores do Tiger Woods, a coragem do Phil Mickelson, um poder mental incrível, um sorriso e um calor humano que agradou a todos os espectadores e até aos seus adversários.  E feito é realmente sensacional, pois ele se tornou agora o único jogador da história a ganhar dois major na sua primeira aparição. Nenhum dos monstros sagrados do golfe, como o Tiger, Mickelson, Nicklaus, Ben Hogan, Player ou Arnold Palmer, conseguiram este feito.  

Viva o golfe!

Durval Pedroso