O Brasil é o sétimo país com o maior número de empreendimentos femininos. Segundo o SEBRAE, são 32 milhões de mulheres comandando um negócio. São dados expressivos, que anunciam um forte movimento em direção à independência financeira da mulher, assim como uma mudança significativa no panorama dos negócios, historicamente dominado pelo universo masculino.
Mas, para fazer do empreendedorismo um espaço social verdadeiramente equânime, é preciso enxergar as mulheres para além dos números, isto é, fazer a pergunta: quem são as líderes do Brasil?
Como equilibrar a empresa com o trabalho invisível da maternidade?
67% das mulheres que empreendem são mães e grande parte delas inicia seu negócio por necessidade. Elas, ao mesmo tempo que lideram uma empresa, assumem responsabilidades domésticas e familiares, o chamado “trabalho invisível”.
Dados do SEBRAE revelam que mulheres empreendedoras dedicam, em média, cerca de 17% menos horas ao seu negócio em comparação com os homens. Essa disparidade de tempo e recursos disponíveis as obriga a fazer mais com menos. Isso somente é possível por meio da formação empresarial.
Capacitando Além das Habilidades Técnicas:
Enquanto muitas mulheres dominam suas habilidades técnicas em suas áreas de atuação, como cabeleireiras, advogadas ou confeiteiras, muitas vezes enfrentam dificuldades na gestão de seus negócios. É necessário preencher essa lacuna na educação empreendedora, oferecendo treinamento e recursos que abordem questões como gestão financeira, precificação estratégica e desenvolvimento de liderança. Veja como:
- Desenvolvimento de um orçamento sólido: aprender a calcular custos, definir preços competitivos e estabelecer metas financeiras realistas.
- Delegação de funções: identificar tarefas que podem ser delegadas para liberar tempo e energia para atividades essenciais e estratégicas.
- Gestão de pessoas: cultivar habilidades de comunicação, liderança e resolução de conflitos para construir uma equipe eficaz, engajada e motivada.
- Redes de apoio: buscar mentoria, participar de grupos de networking e netweaving, como também colaborar com outras empreendedoras, fazendo ligação de negócios e estimulando o crescimento conjunto.
De empresária à empreendedora
Ao otimizar seu tempo e recursos, a mulher empreendedora está preparada para dar o próximo passo em sua jornada: tornar-se uma empresária confiante e assertiva. Essa transição envolve capacitar-se para tomar decisões estratégicas, desenvolver uma visão de longo prazo e construir um negócio sustentável e independente.
Que possamos continuar fortalecendo e capacitando mulheres empreendedoras, reconhecendo-as não apenas como líderes de negócios, mas como agentes de transformação social e econômica. Juntas, podemos construir um futuro mais equitativo e inclusivo para todos.
Então, bora lapidar?
Tatyane Luncah – @tatyaneluncah
CEO EBEM – Escola Brasileira de Empreendedorismo, e mentora de empresárias