Para contextualizar, o Campeonato Mundial de Remo Master acontece anualmente há 50 anos, sendo realizado na Europa e América do Norte. Este ano, foi sediado na Alemanha, um grande centro desse esporte, com muitos clubes e remadores locais. A competição foi extremamente acirrada, com a participação de muitos ex-atletas olímpicos.
Até o momento, nenhum clube da América do Sul havia vencido esse campeonato, que contou com 721 clubes e mais de 3.600 atletas master — categoria que abrange remadores a partir dos 27 anos. Por isso, a conquista do nosso clube surpreendeu a todos no evento. Surgiram várias perguntas: “Como um clube da América do Sul consegue ganhar o campeonato mundial? Quem são eles? O que fizeram?”.
Vou resumir o começo dessa saga:
1. Nos organizamos e definimos a meta: ser campeões mundiais.
2. Criamos um grupo motivado e engajado, e, com base no perfil de cada um, definimos funções específicas.
3. Fizemos uma lista de prioridades por ordem de importância. Poucos sabem o poder que uma lista tem. Deveria ser a primeira coisa a fazer no seu dia a dia, em todos os níveis. Depois, é só “ir matando ponto a ponto.”
4. Melhoramos a rotina de atividades para esse ciclo de 3 meses, onde o técnico passava os tipos de treino para cada um dos 6 dias da semana, enquanto nós, remadores, definíamos as equipes e barcos para esses treinamentos.
5. Como o objetivo era ousado e alguns dos nossos valiosos atletas não puderam ir por motivos particulares, convidamos aproximadamente 20% de outras agremiações que normalmente não iriam ao campeonato para se juntarem a nós e reforçar o time. Aí fica clara a importância do RH.
6. Aceleramos os treinamentos, que começam às 05:30 da manhã até aproximadamente 07:15, o que, no meu caso, possibilita estar cedo no escritório, pronto para os desafios profissionais. Para ter sucesso nesse projeto, foi preciso, assim como na vida corporativa, fazer algumas renúncias e escolhas.
Unimos práticas do empreendedorismo com técnica, dedicação, investimento em equipamentos e, principalmente, muito trabalho com uma equipe motivada e engajada. As ações foram realizadas através de cultura e processos, que, em sua grande maioria, são conduzidos por pessoas. Cultura, processos, ações assertivas, pessoas!
Com isso, alcançamos os objetivos traçados ao longo do ano: primeiro o Sul-Americano, que nos deu ânimo, depois o Brasileiro, e agora o Mundial.
No início, muitos achavam impossível e poucos acreditavam que era possível. Mas, com a evolução, houve uma inversão: muitos passaram a acreditar que era possível e poucos continuaram achando impossível.
Fizemos o que era certo, não o que era fácil. Parabéns a essa equipe engajada, de verdade.